domingo, 10 de fevereiro de 2008

116!

Carris, 10 de Fevereiro de 2008

Uma semana após as emoções fortes vividas na Serra do Gerês por um grupo de três montanhistas, decidi voltar aos Carris para encontrar um cenário muito diferente do que nos foi descrito então. Um dia abençoado com um tempo fantástico para a caminhada, lancei-me na busca da primeira das três concessões mistério existentes na Serra do Gerês.


Apesar do estudo preparatório que levei a cabo antes da saída para o campo, não me foi possível desta vez localizar a concessão da Lomba / Cadeiró que se situará muito perto da Lagoa do Marinho. Nem utilizando recursos disponíveis na Internet consegui obter uma localização satisfatória para esta concessão no sentido de evitar uma interminável busca por essa zona da Serra do Gerês. Certamente que mais trabalho terá de ser levado a cabo junto das populações das aldeias próximas da área e nomeadamente nas aldeias de Cabril, Xertelo ou mesmo Paradela.


O segundo objectivo desta saída era o início dos preparativos para futuras actividades de pesquisa nas Minas dos Carris e a obtenção de registos fotográficos que possam ser úteis na comparação com registos mais antigos. A caminhada para as Minas dos Carris foi iniciada junto do abrigo localizado perto da Lagoa do Marinho seguindo depois pelo vale do Ribeiro do Couce em direcção ao Couce e mais parte passando ao largo dos Cocões do Concelinho. Zona única no Parque Nacional da Peneda-Gerês, os Cocões do Concelinho presenteiam-nos com uma paisagem magnificamente soberba que deixa o visitante em êxtase perante a Natureza em todo o seu esplendor. Seguindo o pequeno trilho de montanha passando ao lado do pico de Maceiras (alt. 1350 metros), chegamos a um declive que põe em prova as pernas mais resistentes e os pulmões mais capazes. No topo somos brindados com a paisagem de um Rio Homem à nascença nas Lamas de Homem até atingirmos a Ponte das Abrótegas, tomando aqui o clássico caminho em direcção às Minas dos Carris na sua extensão final. A chegada aos Carris foi feita flanqueando o Salto do Lobo e penetrando no topo da Corga da Lamalonga tendo como pano de fundo a antiga lavaria das minas.
Tendo visitado Carris 17 vezes nos últimos 13 meses apercebo-me como a degradação do complexo atingiu uma fase exponencial de degradação. Em minha opinião resta pouco tempo para que alguns dos segredos das Minas dos Carris fiquem para sempre fechados nas profundezas da Terra. É um tempo que urge ao trabalho para preservar a memória de um local que nos marca e nos faz abrir o imaginário de um tempo há muito esquecido.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

3 comentários:

Miguel Borges disse...

Olá Rui.

Se te ajudar: No blog http://umpardebotas.blogs.sapo.pt/ fazem referência, num post recente, a um jantar num restaurante propriedade de um antigo funcionário das Minas das Sombras e das Minas de Carris em Paradela

Quem sabe se esse contacto te pode iluminar a pesquisa...

Rui C. Barbosa disse...

Esta é uma muito boa informação! Muitíssimo obrigado!!!

Anónimo disse...

Viva Rui,

Eu estive nesse jantar e vinha aqui dar-te essa informação. É um antigo trabalhador das minas das sombras e dos carris. Julgo que era chefe de equipa. Trabalhou nas minas das Sombras e depois foi trabalhar para os Carris. Ouvi coisas muito interessantes sobre a socialização dos funcionários das duas explorações. POderá ser uma boa fonte para o teu blog. O restaurante é em Paradela à saída para Pitões, não recordo o nome.

PS: este antigo funcionário foi um dos guarda redes da equipa de futebol das minas dos carris