segunda-feira, 24 de abril de 2017

Trilhos seculares - Sesta da Amarela


Tinha vontade de regressar à Sesta da Amarela e rever uma das paisagens mais impressionantes da Serra do Gerês. Dali, a vista sobre a profundidade do Vale do Rio Laço compete com a imensidão da paisagem dos pontos mais altos da serra. Abarcando desde o Estreito até ao Alto de Palma, o olhar leva-nos a percorrer o Iteiro d'Ovos, o Cabeço da Cova da Porca, Cidadelhe, a Sesta do Pássaro, Borrageiros, o extremo das Quinas da Arrocela e o vazio até ao Alto de Palma. A paisagem é única e merece o esforço da caminhada.

O dia começou semelhante a um Verão por anunciar. O ar que se respirava no Arado era aquele ar já um pouco saturado com o cheiro do pó e a efémera brisa com o ar tépido do dia quente que se fazia adivinhar. Seguindo o estradão em direcção à Tribela, passamos pelo Curral de Malhadoura e pelo Curral dos Portos vendo tendas ainda montadas por entre o pinhal. Como é óbvio, as pessoas devem tirar o máximo partido da Natureza, mas exporem-se desta forma a uma passagem pelos Vigilantes da Natureza, é pedirem problemas...




Deixando a Tribela para trás, descemos para a Ponte de Cervas e subimos em direcção ao Curral de Pinhô. Daqui, tomamos o carreiro por entre o pinhal que foi entroncar com o Trilho da Vezeira de Fafiao e em pouco tempo entravamos em Pousada com o seu velho carvalho a anunciar as épicas paisagens de Fafião. O caminho levou-nos depois ao Curral de Bicos Altos, uma bela paisagem Geresiana em despique com outros maciços Europeus, seguindo-se a jornada no bordo do imenso vale do Rio de Fafião em direcção ao Curral da Amarela. O desvio para a peculiar formação geológica da Sesta da Amarela fez-se mesmo antes de entrar no curral de mesmo nome.

Após a passagem pela Sesta da Amarela e pelo Curral da Amarela, e sendo ainda cedo, decidimos seguir em direcção ao Estreito, maravilhando-nos com a beleza do Vale do Rio Laço que finaliza nos contrafortes de Porta Ruivas já no Curral da Touça. Seguiu-se uma rápida passagem pelo Curral de Vidoirinho e finalmente chegávamos ao colosso granítico da Rocalva e aos domínios verdejantes do seu curral.




Enquanto estávamos na Rocalva, tivemos o prazer de trocar uma conversa com um montanheiro Alemão que reside em Portugal há já muitos anos e que é um conhecer daquelas paragens. Foi uma animada conversa que terminou com uma despedida e a promessa de um café algures na Serra do Gerês. Seguimos então em direcção ao Curral da Roca Negra e depois passávamos ao largo do Borrageiro, descendo em seguida para o Arco do Borrageiro e para a Chã da Fonte onde iniciamos a descida pela Pegada das Rubias. Após passarmos pelo Camalhão (Cambalhão), fizemos um pequeno descanso em Teixeira antes de encetar a descida final para o Arado.

Ficam algumas fotos do dia (aqui a ligação para o album)...
































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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