sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Processo contra montanhistas foi arquivado


O processo que foi instaurado aos três montanhistas que em Janeiro de 2016 socorreram três pessoas nas Minas dos Carris foi arquivado.

Conforme foi largamente noticiado, a 9 de Janeiro de 2016 ocorreu uma situação de resgate na Serra do Gerês que mereceu cobertura em directo por parte de vários canais noticiosos de televisão e pela coisa chamada CMTV.

Neste resgate, três montanhistas acabariam por ter um papel importante no salvamento de três pessoas que se viram numa situação de emergência nas Minas dos Carris. Prestando uma ajuda inicial e auxiliando as equipas de resgate que tiveram grandes dificuldades para efectuar a operação, os três montanhistas acabariam por ser apanhados na ignorante rede burocrática do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que, tendo por base falsas declarações da Guarda Nacional Republicana, lhes instaurou um processo.

Este processo chegou agora ao seu óbvio final com o seu arquivamento.

Perante este final será agora pertinente questionar a actuação da GNR e do ICNF neste caso. Quais foram as pressões que levaram a este processo? Porque é que o relatório das forças de segurança quis de certa forma incriminar os três jovens descrevendo situações que não aconteceram? Quem influenciou esse relatório da GNR? Porque é que o ICNF não possui técnicos capazes de ler o que está preto no branco no Plano de Ordenamento do PNPG? Porque é que os três jovens teriam de ser os bodes expiatórios deste caso?

Outras perguntas devem ser colocadas na mesa: porque é que a situação de resgate envolveu quase uma centena de operacionais e dezenas de veículos? Porque é que envolveu corporações de bombeiros distantes do local de ocorrência? Porque envolveu bombeiros não preparados para o resgate? Porque é que não foi accionado o plano de resgate para o qual os GIPS estão treinados? Porque é que a comunicação social é avisada entes dos meios de socorro?

Quem responde a tudo isto e quem responsabiliza pelos gastos desnecessários do Estado ao accionar meios não necessários?

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

1 comentário:

pjcps disse...

Pois...
Eis as questões que me parecem ser as essenciais.
Talvez o Sr. Orlando Alves, entre outros, se debrusse sobre elas e lhes consiga dar resposta.
Como referi em comentário anterior, isso sim seria um bom serviço.
Cumprimentos.
Paulo Santos.