quarta-feira, 27 de junho de 2012

O grande bruto

De tempos a tempos lá surge aqui algo que em nada está relacionado com o tema deste blogue... a vida é assim.

Hoje, dia 27 de Junho de 2012, no Diário de Notícias surgiu uma brutalidade com o título "O mundo moderninho" da autoria de Joel Neto que não conheço nem quero ter o desprazer de conhecer. Gente deste tipo não me interessa. No entanto, não posso deixar de escrever umas linhas sobre esta crónica... brutalmente ignorante.

Esta gente que gosta de touradas utiliza argumentos que para alguém a uns degraus acima do seu nível intelectual é difícil de compreender. Costuma-se dizer que nunca devemos tentar argumentar contra um idiota, pois este rebaixa-nos ao seu nível e bate-nos aos pontos. Assim, nem vou tentar desmontar o argumento da suposta "importância histórica e valor etnográfico" da tourada que a comparo à importância histórica e ao valor etnográfico de outras velhas tradições há muito esquecidas do nosso imaginário nacional.

No entanto, e por muito que tente compreender a utilização de argumentos por parte deste gente, é-me difícil entender qual o paralelismo entre os combates da Ultimate Fighting Championship (UFC) e as touradas. Ou melhor, tirando a perfeita estupidez de ambos, não vejo outros pontos de tangência. Vejamos, na UFC dois humanos lutam entre si de forma voluntária e consciente sabendo qual o possível resultado final da luta. Na tourada, um animal mal tratado antes, durante e depois da tourada, enfrenta um touro que ali está depois de ter sido espicaçado e abusado antes de entrar na arena para sofrer maus tratos e torturas que certamente mais tarde ou mais cedo lhe trarão a morte gloriosa e digna que os defensores desta barbaridade tanto apregoam num apogeu cultural sem paralelo num palco, num ecrã ou num CD deste país. Se chamar a isto é uma certa «brutalidade» é um exagero, então não sei o que será.

Talvez brutalidade seja tentar encontrar falaciosos argumentos para se tentarem convencer a eles próprios de que o que fazem é o correcto. Dizem que é legal e que pelo tal o podem fazer. Concordo que seja legal pois este país tem a tendência para manter na legalidade as coisas mais absurdas, tentando atribuí-lhes o estatuto de património imaterial ou coisa do género.

Talvez um dia, Sr. Joel Neto, encontrem a cura para a sua doença. Sua doença e de muitos outros, porque no fundo é isso o que vocês são, doentes! Da mesma forma que um pedófilo tira o prazer ao esturpar uma criança, vocês tiram o vosso prazer ao esturpar a dignidade, violentar e maltratar os animais. E isto impede-lhes o discernimento de entender que a maior preocupação daqueles que defendem os animais está no bem estar da Humanidade e como tal são capazes de se preocupar tanto com o massacre de cães na Ucrânia como na chacina dos homens, das mulheres e das crianças na Síria, bem como ter uma certa compaixão de infelizes como você, Joel Neto, que na brutalidade da sua ignorância e na limitação dos seus horizontes não percebe que de facto é um simples bruto.

1 comentário:

Pxaranha disse...

Haverá sempre animais bípedes parecidos com a raça humana, mas algures perdidos na árvore genealógica da estupidez.