quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Lomba / Cadeiró

Lomba / Cadeiró, 23 de Outubro de 2008

Ocupando o longo tempo livre que infelizmente vou tendo, decidi de uma vez por todas encontrar a mina de Lomba / Cadeiró que há já uns meses andava nos meus planos. Os dados que possuía sobre esta mina eram muito escassos tal como já havia referido numa entrada neste blogue do passado dia 29 de Setembro.

Esta é uma das concessões menos conhecidas existentes na Serra do Gerês. Localizada a 1 km N de Xertelo e a 3 km NNE de Cabril (e a 3,5 km do Covelo do Gerês), esta terá sido uma pequena concessão atribuída à Sociedade Portuguesa de Minas da Lomba de Crasto, Lda. Sinceramente, não é que esperasse grande coisa desta concessão talvez algo semelhante à concessão do Castanheiro ou da concessão de Cidadelha, mas foi como que um antí-clímax o que acabei por encontrar.

Comecei por percorrer o estradão que liga Xertelo a um outro estradão que nos leva até às Lagoas do Marinho, pondo mais uma vez em prova a robustez e os 277.000 km do meu carrinho. Com uma derrapagem aqui e ali, lá consegui vencer algumas subidas mais íngremes da estrada em terra batida. Pelo caminho tentava vislumbrar algum sinal de uma exploração mineira, mas tal nunca surgiu. Foi então com alguma resignação que decidi optar por um outro plano e ir visitar as Minas do Borrageiro. Prosseguindo pelo estradão, aproveitei também para tirar uma pequena dúvida sobre os restos de umas construções existentes não muito longe das represas construídas pela EDP na Serra do Gerês. Efectivamente, as construções foram utilizadas como residências e oficinas dos trabalhadores que construíram essas barragens.

Passando pela mísera cancela na ponte sobre o Rio Cabril, iniciei a subida para as Lagoas do Marinho até encontrar um veículo do Parque Nacional da Peneda-Gerês (!!!) e um pastor que me indicou, ao longe, a localização da antiga mina. Com um novo ímpeto, depressa desisti de chegar às Minas do Borrageiro e dirigi-me em direcção a mais uma nova descoberta.

Estacionando o meu veículo, pois as máquinas também descansam, continuei o resto do caminho a pé e após alguns largos minutos de procura lá surgiram muito escondidos na encosta os vestígios de uma exploração mineira. Ao princípio surgiu um rasgo com uns 20 metros de comprimento dando a ideia de um filão ali explorado. Um pouco mais abaixo e correspondendo exactamente ao local indicado pelo pastor, surgiu a exploração. A mina em si é de céu aberto e de muito pequena dimensão, estando totalmente entulhada com a própria escombreira. Ao caminhante, se é que haverá alguém que passa por ali, passa facilmente despercebida esta mina confundindo-a com uma pequena pedreira, uma memória esquecida na Serra do Gerês e que apenas sobrevive na sabedoria popular... infelizmente não será por muito tempo.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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