domingo, 23 de setembro de 2007

Minas dos Carris: Poluição - Sistema fluvial do Rio Cabril.

Carris, 6 de Abril de 2007

Ao percorrer as ruínas das Minas dos Carris o visitante pode facilmente observar o resultado de mais de 30 anos de abandono. Quando chegamos à zona industrial do complexo detectamos de imediato um forte cheiro ácido seguramente resultante da anterior exploração do minério nas diferentes concessões dos Carris. É legítimo ao visitante questionar se aquelas lamas abandonadas não serão por si só uma forte fonte de poluição do meio ambiente. Facilmente se constata uma certa esterilização de parte dos solos onde a escorrência de águas é abundante ao longo de quase todo o ano.

Já tive a oportunidade de fazer uma recolha de material de um local de depósito, mas infelizmente ainda não tive a oportunidade de obter uma análise do mesmo. Tentarei fazê-la o mais breve possível...

No entanto irei citar aqui a conclusão de um relatório sectorial intitulado 'Avaliação de Índices Geológicos das Qualidade Ambiental do Sistema Fluvial do Rio Cabril' (Valente T, Lima F., Leal Gomes C. (coordenador) (Universidade do Minho, 2000)). O Rio Cabril obtém as suas águas com a junção de vários cursos fluviais nomeadamente: Ribeira das Negras, Ribeiro do Penedo, Ribeiro do Couce, curso fluvial da Corga do Vitelo, curso fluvial da Corga das Quebradas, curso fluvial da Corga da Pena Calva e curso fluvial da Corga do Sabroso que por sua vez obtém as águas dos ribeiros que fluem do Barroco de Trás da Pala e da Corga de Lamalonga.

O relatório sectorial acima referido conclui que: " Em termos geológicos o sistema fluvial do Rio Cabril pode ser considerado um sistema indicador da qualidade ambiental, ao nível das águas de escorrência, e contaminações físicas e químicas de origem antrópica. Este estatuto decorrer das seguintes características específicas: a) apresenta uma disposição transversal à zonografia do PNPG, numa das suas áreas mais características e sujeitas ao estatuto de protecção mais restritivo; b) estão instalados e desenvolvem-se ao longo do seu percurso os focos de impacte ambiental mais significativos da área protegida - intervenção extractiva dos Carris, assoreamento do subsistema de Marinho.

A partir da análise dos diferentes materiais geológicos o sistema pode considerar-se tendente para o equilíbrio anterior à instalação da industria mineira. A pedogénese e vegetação começam a fixar os materiais não consolidados da Corga da Lamalonga e os efeitos de drenagem ácida e sulfatada tendem a dissipar-se nas proximidades das lavarias. Assim actualmente os índices geológicos permitem qualificar o sistema no domínio da boa qualidade ambiental - própria de ambientes serranos despovoados. desde que não exista outra intervenção sobre o sistema, o que é coerente com o estatuto de área protegida, a evolução natural tenderá a impor gradualmente o equilíbio anterior à mina."

Fotografia © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Anónimo disse...

eu vi umas fotos com jepes, i um deles estava empedido de passar, eu gostava de saber como o jepe saiu dali.............eu já vou aos carris ha 15 anos,eu nao beijo outro caminho para o jepe sair !!manda a resporta para pauloyparedes@hotmail.com