Esta série de publicações mostra algumas das fotografias do interior das galerias das Minas dos Carris que correspondem à concessão do Salto do Lobo. Algumas destas fotografias já terão surgido no blogue, mas esta é uma série de publicações que irá sequencialmente mostrar essas imagens.
Actualmente, com os diversos colapsos das galerias e o quase encerramento da sua entrada principal, a visita ao seu interior é extremamente perigosa e não é aconselhada.
Estas imagens foram obtidas a 3 de Maio de 2009. As imagens mostram parte do Piso n,º 2 da concessão mineira do Salto do Lobo que dava acesso ao poço mineiro que permitia a descida ao 7º piso.
Segundo o livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês', Rui C. Barbosa - Dezembro de 2013, "O ano de 1955 trás também a intensificação dos trabalhos na abertura do novo poço mestre na concessão do Salto do Lobo. Este novo poço iria substituir o velho poço mestre que seria abandonado. Nos trabalhos foi utilizada uma máquina de extracção do tipo fricção da marca Schmitt U Sohn, fornecida pela empresa de elevadores então COMPORTEL (Companhia Portuguesa de Elevadores). Em função dos locais escolhidos para as estações de carga e descarga dos pisos superior e inferior, foi feito o levantamento topográfico por parte do Eng. Virgílio de Brito Mura pelo único processo possível à data utilizando bússola de suspensão, clinómetro e fita métrica, definindo em vários níveis a posição do eixo vertical do futuro poço. A esses níveis foram abertas pequenas galerias de acesso até ao eixo e uma vez marcados, abriram-se para baixo e para cima chaminés de pequena secção, que deram origem a um poço estreito entre os pisos inferior e superior. Feito isto e uma vez marcada a secção do poço, este acabaria por ser alargado no sentido descendente e ao mesmo tempo reforçado com tirantes de aço onde necessário. Ao mesmo tempo eram feitos os patamares das escadas com uma separação se 4 metros e colocadas estas e os barrotes de definição dos compartimentos, colocando-se de seguida as guias para as jaulas, bem como o forro de protecção do compartimento das escadas.
Segundo Virgílio Murta, o poço mestre, obra de seu orgulho, foi “proposta, projectada e dirigida por mim e executada num tempo recorde, pois foi atacada simultaneamente em todos os pisos já existentes. Foi o primeiro poço em Portugal a usar máquinas do mesmo tipo dos elevadores de edifícios, e não guinchos, como é usual. A jaula que descia vazia servia de contra-peso da que subia carregada. A porta de aço com aspecto de cruzeta era aberta pela jaula que chegava e fechada quando descia, garantindo a segurança do pessoal.” A jaula do elevador estava equipada com um sistema de amortecimento na parte superior constituído por uma série de molas. O funcionamento do elevador era exactamente como um elevador de edifício de apartamentos quando comandado do interior. Se fosse comandado das estações de carga e descarga, era o guincheiro do piso superior, após receber o respectivo sinal, dado por toques de martelo numa chapa, que dirigia a operação . Para isso havia um código de toques, por exemplo, um toque, sobe minério, dois toques sobem martelos, etc. Por serem mecânicos, eram muito seguros. Os códigos usados eram indicados por círculos brancos pintados sobre tábuas pretas ao lado dos manobradores e dos guincheiro e variavam de mina para mina. As comunicações entre pisos eram efectuadas através de um sistema de tubagens, o «telefone», no qual se falava e escutava através dos tubos. Em 1955 também foram realizados trabalhos de reforço da represa que havia sido construída após a entrada da Mason and Barry, Ltd. para a sociedade mineira. Assim, o fornecimento de água à lavaria, que foi projectada pelo Eng.º Palmer – Superintendente do Departamento de Engenharia da Mina de S. Domingos, foi melhorado."
Fotografias: © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Segundo o livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês', Rui C. Barbosa - Dezembro de 2013, "O ano de 1955 trás também a intensificação dos trabalhos na abertura do novo poço mestre na concessão do Salto do Lobo. Este novo poço iria substituir o velho poço mestre que seria abandonado. Nos trabalhos foi utilizada uma máquina de extracção do tipo fricção da marca Schmitt U Sohn, fornecida pela empresa de elevadores então COMPORTEL (Companhia Portuguesa de Elevadores). Em função dos locais escolhidos para as estações de carga e descarga dos pisos superior e inferior, foi feito o levantamento topográfico por parte do Eng. Virgílio de Brito Mura pelo único processo possível à data utilizando bússola de suspensão, clinómetro e fita métrica, definindo em vários níveis a posição do eixo vertical do futuro poço. A esses níveis foram abertas pequenas galerias de acesso até ao eixo e uma vez marcados, abriram-se para baixo e para cima chaminés de pequena secção, que deram origem a um poço estreito entre os pisos inferior e superior. Feito isto e uma vez marcada a secção do poço, este acabaria por ser alargado no sentido descendente e ao mesmo tempo reforçado com tirantes de aço onde necessário. Ao mesmo tempo eram feitos os patamares das escadas com uma separação se 4 metros e colocadas estas e os barrotes de definição dos compartimentos, colocando-se de seguida as guias para as jaulas, bem como o forro de protecção do compartimento das escadas.
Segundo Virgílio Murta, o poço mestre, obra de seu orgulho, foi “proposta, projectada e dirigida por mim e executada num tempo recorde, pois foi atacada simultaneamente em todos os pisos já existentes. Foi o primeiro poço em Portugal a usar máquinas do mesmo tipo dos elevadores de edifícios, e não guinchos, como é usual. A jaula que descia vazia servia de contra-peso da que subia carregada. A porta de aço com aspecto de cruzeta era aberta pela jaula que chegava e fechada quando descia, garantindo a segurança do pessoal.” A jaula do elevador estava equipada com um sistema de amortecimento na parte superior constituído por uma série de molas. O funcionamento do elevador era exactamente como um elevador de edifício de apartamentos quando comandado do interior. Se fosse comandado das estações de carga e descarga, era o guincheiro do piso superior, após receber o respectivo sinal, dado por toques de martelo numa chapa, que dirigia a operação . Para isso havia um código de toques, por exemplo, um toque, sobe minério, dois toques sobem martelos, etc. Por serem mecânicos, eram muito seguros. Os códigos usados eram indicados por círculos brancos pintados sobre tábuas pretas ao lado dos manobradores e dos guincheiro e variavam de mina para mina. As comunicações entre pisos eram efectuadas através de um sistema de tubagens, o «telefone», no qual se falava e escutava através dos tubos. Em 1955 também foram realizados trabalhos de reforço da represa que havia sido construída após a entrada da Mason and Barry, Ltd. para a sociedade mineira. Assim, o fornecimento de água à lavaria, que foi projectada pelo Eng.º Palmer – Superintendente do Departamento de Engenharia da Mina de S. Domingos, foi melhorado."
Fotografias: © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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