terça-feira, 29 de março de 2016

Continua a telenovela do resgate do dia 9 de Janeiro na Serra do Gerês


Se todos poderíamos esperar um pingo de humildade por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas em relação à sua atitude perante os acontecimentos do dia 9 de Janeiro de 2016 nas Minas dos Carris e no Vale do Alto Homem, este novo episódio vem mostrar que não e fácil para uma instituição do Estado e para determinadas pessoas, admitir e assumir os erros.

Isto só se explica pelas fortes pressões que existem para se encontrar bodes expiatórios ou «culpados» pelo que aconteceu naquele dia, enquanto que de certa forma se tenta sacudir a água do capote.

Os documento já aqui revelados provam que as declarações nas quais se baseia todo este processo não correspondem à verdade dos factos e não passam de uma fantasia. Porém, o ICNF insiste em usar factos fantasiosos para querer culpar os três montanhistas por algo que não fizeram.

Aquilo que está nos documentos que aqui hoje são revelados, mostram um desespero em arranjar algo, por mais pequeno que seja, para culpabilizar os três homens chegando-se ao ridículo de fazer assumpções a partir do local onde as viaturas estavam estacionadas. Para o ICNF, estacionar na Portela do Homem implicará logo de imediato uma caminhada às Minas dos Carris por zona que requer autorização.

No fundo, até deveremos ficar satisfeitos com esta postura do ICNF. Isto significa que no próximo Verão não iremos assistir à vergonha anual de ver o Rio Homem pejado de banhistas untados de protector solar a conspurcar as suas águas!

Atentem também à linguagem utilizada nas questões que são colocadas. Este palrar que de forma insidiosa tenta confundir para depois culpar, não tem lugar numa situação destas.


Depois de mais este episódio, não restará muito mais a fazer a quem insiste no erro! Costuma-se dizer que a porta para sair é sempre mais larga do que a porta para entrar e todos devemos exigir a excelência de quem conduz processos deste tipo, que de estarem pejados de contradições e mentiras já deveriam ter sido simplesmente terminados.

Vejamos as questões que são colocadas: a questão 1) é feita partindo do que está escrito no auto da GNR e este auto mente em relação ao sucedido, pois à hora que é indicada que os três montanhistas se encontravam a fazer o percurso, estavam na verdade a auxiliar os bombeiros no resgate dos três homens  a serem socorridos; a questão 2) não vejo qual a relevância desta pergunta para o caso em questão e parece-me que é apenas uma forma de tentar encontrar algo a partir do qual se possa incriminar os três montanhistas - no fundo o ICNF quer arranjar provas para algo que não aconteceu; as questões 3 e 4) estas questões foram respondidas pelos três montanhistas já na altura dos acontecimentos - tendo vindo das Minas das Sombras.

Assim, parece que o auto da GNR já deixou de ter a importância que até aqui tinha e o ICNF tenta desesperadamente uma saída airosa para o novelo no qual se enredou. 

Sendo toda a situação vivida no dia 9 de Janeiro de 2016 uma situação de emergência, o ICNF continua a ignorar propositadamente o que está escrito no Artigo 12º, Ponto 1, alínea i) do Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde é referido que "Nas áreas de protecção total a actividade humana só é permitida: (...) Situações de risco ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe." Isto é, em condições de emergência a zona de protecção total pode ser percorrida sem haver a necessidade de se solicitar uma autorização prévia ao ICNF, IP!

Assim, mais uma vez, Facto... o ICNF, IP executa um Processo de 'Contraordenação' tendo por base as informações inverdadeiras prestadas pela GNR, acreditando em mentiras e fantasias, e como tal não tem o cuidado de escutar os intervenientes nas ocorrências;

Tendo em conta tudo isto... tenham vergonha na cara e peçam desculpas!

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