Caminhada pelo Vale do Alto Homem, Serra do Gerês, com destino às Minas dos Carris.
Um caminho tantas vezes calcorreado, mas que se transforma a cada dia que passa. A paisagem é mutável ao longo do ano, onde uma palete de cores se transmuta à medida que as estações vão decorrendo. O vale apresentou-se com tons de Primavera onde os amarelos da carqueja e os violetas da urze dominam entre os tons de cinza do granito.
Com o Verão a um mês de distância, chegaram os dias das abrótegas que ganham espaço na paisagem sobre um céu carregado de azul e onde a humidade vai desaparecendo com os dias a tornarem-se mais quentes. Nas zonas húmidas junto dos ribeiros, as orvalhinhas já se mostram nos seus tons grená.
Tirando a presença dos animais das vezeiras e de uma ou outra rapina mais apressada, não tive a oportunidade de observar a presença de outros animais (exceptuando os répteis que aproveitam o calor dos dias soalheiros).
A degradação das ruínas mineiras acelera-se ao ponto de alguns edifícios desaparecerem por completo. Desta vez, centrei-me na ruína da Lavaria Nova construída nos anos 50 d0 século XX e que ainda guarda as dimensões que a tornaram o edifício de maior volumetria ali existente. Por entre as suas ruínas ainda é fácil de encontrar os restos da mineração - principalmente molibdenite devido ao seu brilho.
Com as interjeições pelo vento, o silêncio preenche os espaços. O tempo passa com a sua cadência que depende do nosso ritmo que ali procuramos ser o mais tranquilo possível, antes de iniciar o regresso de novo caminhando pelo antigo caminho mineiro através do Vale do Alto Homem, agora com outros tons de Primavera à luz da tarde.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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