quinta-feira, 24 de maio de 2018

Como um manto de linho


Deitado no leito do meu mundo dos sonhos
Enquantos os olhos se fecham
E a luz se esvai nas sombras
Sinto o teu toque e o som do teu respirar
É o sítio onde as nuves se encontram
Os dias que passam
São os ecos de palavras
Quentes como o Sol do Verão
Sacudo o pó das sombras das memórias que me atormentam nas noites escuras e nos longos Invernos
Recordo o som da voz e o olhar que uma noite me chamou
Sombras que vagueiam solitárias por entre os ramos retorcidos da existência
E eu fito-a do alto de um velho castelo
Arruinado pelo cansaço da turbidez e a amargura do balancear das ondas
O som destas que revolteiam
Talvez serenas nas margens do lago
Profundo
Escuro
A espuma da saudade
Que me cobre como um manto de linho

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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