terça-feira, 20 de julho de 2010

156... de novo, Carris.

Carris, 20 de Julho de 2010

Continuando os trabalhos de pesquisa sobre as Minas dos Carris, a intenção da caminhada de hoje era a de tentar perceber qual o impacto que as Minas dos Carris têm nas gerações mais novas e pouco habituadas aos percursos de montanha.

Partindo de uma ideia pré-concebida na qual muitos jovens de hoje vêm a prática dos desportos de montanha e tendo por base o conceito geral de que os Carris estão situados nos confins deste mundo, quis tentar compreender a reacção desses jovens. No final da caminhada o resultado foi bastante positivo e confirma-se o efeito que a montanha em geral e os Carris em particular tem naqueles que visitam aquela zona.

O primeiro passo será estar disposto a enfrentar um dia na montanha: o levantar cedo, a ideia de que «vai custar muito» e de que o cansaço não compensa. Após isto vem o concretizar da ideia e de colocar os pés no caminho.


O dia foi agradável com temperaturas amenas o que permitiu uma caminhada bastante satisfatória que foi sem dúvida ajudada por uns mergulhos no Rio Homem. O complexo mineiro de carris lá estava, quase eterno mas definhando aos poucos. As ruínas são uma triste memória que se vai perdendo, caminhando para um ponto sem retorno. Apesar de tudo, e apesar de ser um dia de semana, contei pelo menos doze pessoas a caminho das minas. Curiosamente vários estrangeiros procuram a «aldeia» dos Carris, sem dúvida um efeito da divulgação do Parque Nacional da Peneda-Gerês por meio da Pan-Parks; aliás, tal como já havia notado em 2009.

Do dia resta também a satisfação de ter observado por longos minutos o voo de uma rapina de grande envergadura que ainda estou a tentar identificar (águia de Bonelli?). Sem dúvida a prenda do dia...

Ficam algumas imagens do dia...


































Fotografias © Rui C. Barbosa

6 comentários:

MeiaSola disse...

E como ficamos...? Pan parks... Os turistas vem e depois passam pela "zona proibida"... Já não era altura de se arranjar um trilho alternativo para as pessoas poderem ir lá sem problemas? O trilho da cumeada talvez, ou criar outro trilho na outra margem só para evitar a zona da abilheirinha, retomando depois o "velho" trilho...?

Epá, não fales no rio que fico com saudades dos mergulhos...

Abraço!

Rui C. Barbosa disse...

Não há muitos anos atrás havia a ideia de se (te)utilizar o velho trilho na margem direita do Rio Homem a partir da Água da Pala até perto do Teixo, evitendo assim grande parte da Zona de Protecção Total. Provavelmente, devido à forte pressão dos biólogos e com a alteração de Director do PNPG, a ideia perdeu-se. Era, no entanto, uma boa solução dado que a margem esquerda do rio limita a ZPT e não a fronteira (como muitas vezes o PNPG indica).

Quem sabe se as coisas não mudam daqui a algum tempo?!

Abraço!

Unknown disse...

Fui hoje ver a exposição "A Saga Do Volfrâmio", no Centro de educação do Vidoeiro. É de louvar o cuidado com a que esta foi realizada, bem como a simpatia de quem trabalha neste local - recomendo!

Rui C. Barbosa disse...

Obrigado pelo feedback sobre a exposição!

Abraço!

100abismos disse...

Paisagem deslumbrante, á imenso tempo que estou para percorrer este trilho.Em principio no proximo mês vou-me aventurar com uns amigos a fazer este percurso , no entanto tenho uma dúvida que penso que me poderás esclarecer .Sendo uma área protegida terei de pedir alguma autorização ás autoridades do parque ou poderei fazer o trilho sem problemas?

Abraço e boas caminhadas.

Rui C. Barbosa disse...

O trilho atravessa a Zona de Protecção Total (ZPT) entre a Abilheirinha e as Abrótegas sendo difibina pela margem esquerda do Rio Homem. Segundo Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, não é permitida a realização de qualquer actividade no interior das ZPT como tal o PNPG não autoriza a caminhada.

O trilho até às Minas dos Carris deverá ser um dos mais (senão o mais) utilizado no PNPG. Quando falamos de pequenos grupos e pessoas individuais, o que se tem verificado é que não há qualquer actuação por parte dos serviços no parque nacional. O mesmo não acontece a grupos grandes (15, 20 ou mais pessoas) ou a actividades as quais são cobradas taxas de participação nas mesmas e não realizadas por empresas homologadas.

Caso seja pedida autorização ao PNPG ela será recusada, logo mais vale caminhar e não pensar nisso.