Para percorrer este trilho solicitei as informações necessárias às ARDAL através do sistema de email disponibilizado por esta associação via Internet. Não obtendo qualquer resposta por parte da ARDAL e na ausência de informações na rede, solicitei informações ao Parque Nacional da Peneda-Gerês que me disponibilizou alguma informação resumida sobre o trilho. Sem ter o mapa do trilho, pois o funcionário que poderia fornecer o mesmo encontra-se de férias, tivemos de confiar nas marcações para o percorrer.
Quando pretendemos vender qualquer produto, a sua apresentação inicial é fundamental para o sucesso do negócio. No que diz respeito ao Trilho da Mistura das Águas, a apresentação do mesmo é quase não existente. Encontramos a referência a este trilho no sítio da ADERE Peneda-Gerês, mas a apresentação do mesmo fica-se por ali. A informação é inexistente!
O Trilho da Mistura das Águas é um percurso pedestre paisagístico-natural de pequena rota que ladeia o Rio Peneda e que tem como ponto alto a junção deste com o Rio Veiga (que corre de Rouças) e também a junção do Rio da Peneda com o Rio Laboreiro. O trilho tira partido das seculares rotas dos peregrinos para a Sra. da Oeneda, das rotas dos contrabandistas e dos caminhos utilizados pelos trabalhadores galegos aquando da Guerra Civil Espanhola. O seu comprimento total é de 8 km (16 km ida e volta), sendo a cota máxima atingida de 573 metros (em Tibo) e é considerado um trilho fácil com uma duração média de 5 horas.
Percorremos parte deste trilho numa verdadeira «fuga para a frente» num dia de calor muito intenso no qual a ideia inicial era percorrer a Encosta do Sol entre a Portela do Homem e a Amoreira. No dia anterior havia já constatado as difíceis condições dos píncaros geresianos que se encontram sem água e a clamar pela chuva que já tarda a cair em quantidade suficiente para renovar as linhas de água do Gerês.
Assim, dada a sugestão e decido entre os participantes nesta actividade, rumamos a Tibo para encontrar o Trilho da Mistura das Águas. Por entre as casas da aldeia não foi difícil de o encontrar e seguindo as marcas (que se apresentam juntas com as marcações de uma grande rota), dirigimo-nos para a Mistura das Águas na qual o Laboreiro e o Peneda se encontram.
Pelo caminho, e apesar de o trilho se encontrar cheio de vegetação que por esta altura já deveria ter sido limpa (o produto mal apresentado), a visão da Fraga das Pastorinhas é algo de imponente que nos reduz à nossa verdadeira escala. As encostas alcantiladas com as suas rochas escarpadas, levam-nos por entre vales quase virgens com o som ainda forte das águas a correr lá no fundo.
Chegados à placa da inversão de marcha (!!!) decidimos descer para as lagoas do Laboreiro e refrescar o corpo do calor abrasador do dia. Com o nível da albufeira do Lindoso baixo, formam-se inúmeras lagoas nas quais nos podemos banhar e assim aconteceu. Após um pequeno ataque de sanguessugas, seguiu-se o almoço, um pequeno descanso e o regresso a Tibo.
Ficou a ideia de se percorrer o trilho no Inverno...
Algumas imagens...
Fotografias © Rui C. Barbosa
5 comentários:
Viva Rui,
Não sabia que existia este trilho!!!
Confesso que já não visito este local à uns 7,8 anos,desde que a pesca de trutas foi interdita nas misturas.
Conheci um trilho que começava na no lima e seguia pela Várzea até ás misturas de que falas,já lá vão mais de 25 anos,hoje a barragem de Lindoso silenciou parte deste trilho.
Lembro-me como se fosse hoje os relatos de contrabando(ainda as fronteiras estavam fechadas)na única tasca que existia no lugar da Varzea.Não havia estradas asfaltadas,não havia electricidade,eram tempos difíceis para esta gente Raiana,mas tinham sempre um bom presunto,bom chouriço,e um vinho "Americano"colhido por Eles fabuloso.
Era adolescente e tive felicidade de ter acompanhado velhos pescadores de trutas(hoje de 4 só resta um)que me levaram a conhecer lugares como este.
Não sei se chagaste à Ponte Feia,ou Queda do Malho,porque estes lugares são míticos,cheios de lendas contadas por gentes locais,tenta para a próxima obter informações disto.
As trutas este ano não me deixaram tempo para grandes caminhadas por trilhos,apenas grandes caminhadas pelas íngremes margens dos rios de montanha,como facilmente vês no blogue,mas mesmo assim já fiz uma incursão ao Ramiscal,embora falhada pelo banco de nevoeiro que se formou de repente e tu sabes bem como é perigoso caminhar sozinho nestes lugares,mesmo conhecendo o terreno.
As pesca acaba no dia 31 de Julho e já fico com algum tempo disponível,vamos visitar o Ramiscal,um dia de semana,marca tu e manda-me um mail.
Abraço,
João Dias
Boas Rui
e ainda vos falta terem o privilégio de verem a Fraga das Pastorinhas na sua grande exuberância, algo só possivel com uma grande chuvada
..acredita que vale muito bem a pena o banho celestial
Quanto irem ao Ramiscal se for pelo leito do rio ou meia encosta e num dia à semana que tenha disponibilidade adora ir convosco
..já havia pensado em percorrer em tempos mais frios, tipo novembro
Saudações
Savage
Boas
Estive neste local e fiz o trilho da mistura das aguas. A primeira parte foi bastante agradavel. Foi difícil encontrar o sinal que indica o começo do trilho. O próprio trilho de mistura das aguas não está bem limpo, perdemos mais tempo a afastar vegetação do que a percorre-lo. Pedi informações na Porta do Mezio sobre este trilho, disseram-nos que estava operacional. Ao percorre-lo ficamos todos cortados, muitas silvas, mato cortaram-nos as pernas todas... Fiquei muito desiludida com o trilho, mesmo muito :( não se promove coisas quando elas não estão operacionais.. A parte reconfortante foi a paisagem onde esta nos permitia ver..
CM,
Obrigado pela opinião acerca do Trilho da Mistura das Águas a qual compartilho a 100% pois no final o nosso grupo também estava bastante mal tratado pela excessiva vegetação que impedia em certas partes uma progressão confortável.
Maltratado é como quem diz... as minhas pernas e braços parecem pinturas rupestres...
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