O caminho mineiro existente no Vale do Alto Homem foi construído entre 1942 e 1943 pela então Sociedade Mineira dos Castelos, Lda. que na altura explorava a concessão do Salto do Lobo.
A estrada aberta nas encostas do Vale do Homem era utilizada para o transporte de homens e mantimentos para o complexo mineiro que foi crescendo na Serra do Gerês. Com o fim da exploração mineira, o caminho foi abandonado e sem manutenção até se transformar naquilo que é hoje, isto é, um caminho intransitável mesmo para os veículos todo-terreno.
Os recentes acontecimentos registados nas Minas dos Carris e no Vale do Alto Homem, bem como o incêndio que afectou este vale e a sua parte superior em Setembro de 2013, levaram várias entidades, entre as quais a Guarda Nacional Republicana, a solicitar a reparação parcial do antigo caminho mineiro para que este pudesse facilitar o combate a fogos florestais naquela área bem como noutras áreas adjacentes e facilitar o socorro e resgate de eventuais casos de sinistro em montanha que não são tão invulgares como se possa julgar.
A resposta do Parque Nacional da Peneda-Gerês foi peremptória: esta área protegida informou que em 2015 foram emitidas 39 autorizações para 152 pessoas e que nenhuma delas precisou de socorro. Por outro lado, refere que o melhoramento do caminho não melhoraria a eficiência do combate aos incêndios e que o trilho existente é suficiente, salientando que a ocorrência de incêndios é muito rara.
Curiosamente, em todas as ocorrências de emergências que levaram a resgates na Serra do Gerês, e nomeadamente na zona das Minas dos Carris e do Vale do Alto Homem entre 2007 e 2015, nenhuma delas tinha autorização por parte do PNPG!
Pergunto: a quem será sacada a responsabilidade da primeira morte naquela zona devido ao atraso do resgate? O ataque inicial ao fogo de Setembro de 2013 não teria sido mais eficaz se fosse feito por terra através do caminho florestal em vez de se estar a depender de helicópteros que por acaso na altura não estavam destacados para outras ocorrências? Sabes o PNPG quantos fogos ocorreram naquela zona nos últimos anos?
São questões sobre as quais todos devemos reflectir...
Como é óbvio, a possível reparação do caminho entre a Portela do Homem e o Vale do Homem limitar-se-ia à possibilidade de veículos de socorro por ali puderem circular, evitando assim que alguém tenha de ser transportado de maca durante mais de 9 km. Esta reparação teria de ser acompanhada por medidas que impedissem o acesso indiscriminado ao local devido ao seu valor natural e estas medidas passam pelo aumento da vigilância o que por si implica um aumento do número de Vigilantes da Natureza e a melhoria das suas condições de trabalho, a colocação de avisos que alertem os visitantes para os valores naturais existentes na zona e para a importância da sua conservação, etc.
Como é óbvio, a possível reparação do caminho entre a Portela do Homem e o Vale do Homem limitar-se-ia à possibilidade de veículos de socorro por ali puderem circular, evitando assim que alguém tenha de ser transportado de maca durante mais de 9 km. Esta reparação teria de ser acompanhada por medidas que impedissem o acesso indiscriminado ao local devido ao seu valor natural e estas medidas passam pelo aumento da vigilância o que por si implica um aumento do número de Vigilantes da Natureza e a melhoria das suas condições de trabalho, a colocação de avisos que alertem os visitantes para os valores naturais existentes na zona e para a importância da sua conservação, etc.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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