Esta é a minha «resposta» à insultuosa carta aberta que os Bombeiros Voluntários de Barcelos enviaram à população daquela cidade...
Ex.mos Senhores,
Tendo conhecimento da carta aberta que V. Ex.cas
dirigiram aos cidadãos de Barcelos, não necessitaria de nada mais para
confirmar as intenções de V. Ex.cas perante a realização da vossa
tourada de beneficência.
Utilizando termos pouco dignos de quem dirige uma associação
humanitária, fico indignado pelo "chorrilho" da vossa reacção perante os
protestos de centenas e centenas de pessoas que vêm com desagrado a
realização da vossa tourada em Barcelos. Sim, porque a tourada é vossa e
com o vosso nome legitimam o mau trato e a tortura de animais a coberto
da suposta angariação de fundos e homenagem a um vosso colaborador.
Nesta sociedade vivemos tempos de mudança e quem não quer ter noções
dessas mudanças, arrisca-se a ficar parado no tempo numa realidade
alternativa e fantasiosa onde tudo vale para a angariação de necessários
fundos. Vocês encobrem-se da mentira que vos foi dita pela tauromafia
que insiste na implantação de uma «tradição» má, feia e atroz, e a todos
os níveis muito pouco compatível com uma associação humanitária que
dizem ser. Por ventura sabem do que falam? Ou pensam que somente por
vestirem uma farda pensam ser humanitários? 'Humanitário' é aquele que
procura o bem da Humanidade e a Humanidade só está bem em perfeita
harmonia com o entorno no qual vive. Esta harmonia é incompatível com a
tourada que é promovida utilizando o vosso nome, pois vós sois uns dos
beneficiários dessa barbárie.
Ao aceitar associar o nome de uma digna instituição a um espectáculo
de tortura e morte, vocês desvirtuaram todo o conceito de
humanitarismo. E na chorrilhada desculpa de que terão sido contactados
por uma empresa tauromáquica para a promoção da barbárie em Barcelos, só
acredita nela quer quer. Se o vosso objectivo é obter receitas nestes
tempos difíceis, credito que a míngua possa surgir porque infelizmente
fazem parte do enredo que manipula e fantasia a população ao manter a
atrocidade pouco compatível com a vossa figura de... humanitarismo.
Ao contrário do que referem os espectáculos há muito deixaram de ter
a implantação nacional que vocês desejam que tenham para limpar a vossa
consciência. A tauromaquia é algo em declínio, assim como serão aqueles
que a coberto das razões humanitárias e de homenagem tiram partido do
mau trato dos animais. É muito triste ver que a corporação não tem um
comando capaz de pensar por sua própria vontade, indo refugiar-se nas
mentiras e decepções da tauromafia para justificar o injustificável.
Apoiar ou não apoiar as touradas não se resume ao respeito pela
opinião dos outros, resume-se sim ao respeito pela vida de um animal que
é torturado antes, durante e depois da lide, mas que para vocês não
passa de uma maneira de fazer dinheiro, dinheiro esse sujo de sangue e
que para sempre irá manchar a imagem que vocês tanto querem manter. É
certo que a minha liberdade termina quando começa a vossa liberdade para
tourear, mas eu como se humano sinto-me na obrigação moral (moral!!!!)
de defender os animais que não têm voz e que por isso não lhes podem
dizer que não querem sofrer na arena para que com o sacrifício vocês
possam receber uns míseros euros. Certamente que com outro tipo de
espectáculos (musicais, etc.) certamente teriam a oportunidade de fazer
mais receita e de homenagear o vosso colaborador.
Tendo disto isto, não aceito que vocês me considerem autor de
chorrilhos e que afirmem que eu, como cidadão livre deste país, vos
tenha ofendido seja de que forma for ao emitir a minha opinião sobre a
vossa decisão de promover e de dar o vosso nome a um espectáculo vil e
cruel. Assim, não vos admito que ponham em causa o meu bom nome, imagem e
dignidade, pelo que não hesitarei em
recorrer a todos os meios legais ao meu dispor, caso seja mais uma vez
insultado pela vossa forma de justificar o injustificável e menorizando o
meu direito à indignação e o meu dever de apontar aqueles que mal
tratam os animais, ainda por cima por causas que de humanitárias nada
têm.
Olhem-se ao espelho e tenham vergonha!
Sem mais!
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