O Grupo Recreativo e Social da Amareleja de Baixo, que não tem ninguém que perceba de caminhadas e que é a primeira vez que vai à montanha, escolhe o Gerês e as Minas dos Carris para fazer uma visita. Esta é uma associação de utilidade pública... pede autorização, não paga taxa, vão para lá e têm um impacto terrível na zona, invadindo áreas sensíveis de turfeiras, arrancando plantas para pôr na floreira lá de casa, assustando animais e deixando o seu lixo espalhado pela Serra do Gerês.
O melhor montanheiro do mundo com a maior sensibilidade ambiental possível, quer ir sozinho aos Carris e tem de pagar 152 euros para ver o pedido analisado, arriscando-se a não poder ir se não for aprovado...
Esta é a perversão do sistema actual...
Fotografia © Rui C. Barbosa
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19 comentários:
Olá Rui
Mais uma vez o maior dos problemas não são as taxas, mas a falta de vigilância do parque. Na foto vê-se os carros estacionados em zona proibida houve alguém que os multasse? Há algum sítio que os sensibilize/alerte para o que podem ou não fazer? Há nos carris algum guarda do parque que vigie/controle o impacto dos seres humanos sobre os animais? Que por essa altura já devem ter debandado e estar do outro lado do parque.
Nós devíamos é reivindicar um parque nacional a sério, e não ter burocratas a brincar em Lisboa aos parquezinhos.
Abraços
Durante subida/descida a Carris recolhi quase um saco cheio de lixo, desde garrafas de whisky, pacotes de leite, etc. Este tipo de atitudes apenas dá mais razão às restrições que os responsáveis do parque querem/conseguiram impor à zona.
Já agora aproveito para deixar um comentário ao Orion: Na minha opinião o problema não se resolve com vigilância mas sim com civismo e educação ambiental. Nãoé por colocarmos um guarda florestal em cada esquina que vamos resolver os problema.
Será que vão cobrar ás pessoas que vão para a portela do homem tomar banho...?
Isto reflecte o estado em que o pais se encontra... não há guardas para prevenir/vigiar um parque nacional, e depois para se proteger uma claque futebol(que na maioria são formada por mentes "criminosas) disponibilazam meios que nunca mais acabam.Isto anda tudo ao contrário.A liberdade em portugal foi confundida por muita gente com libertinagem.
Não existe pra aí um "fmi" a quem se possa pedir a ajuda para que portugal haja mais um bocado de bom senso e tambem mais um pouco de inteligencia para aqueles tomam decisões em nome de um país e que depois o interesse é mas é partidário e pessoal???? Há??? Se existir avisem que eu peço logo ajuda externa.... lol
Partilho da opinião do João Grilo... por muita vigilância que possa haver, se não houver civismo não se resolve o problema. O PNPG não pode ter um Guarda da natureza em cada trilho, em cada riacho ou lagoa. A falta de civismo que impera nesta país de gente libertinária, como diz o Pedro Pereira, é um problema muito difícil de resolver.
Na verdade um dos grandes problemas que temos actualmente é a falta de civismo, não só no parque como em todo lado. Mas quanto a isso pouco podemos fazer, os nossos filhos podemos tentar educar da melhor forma, agora os filhos dos outros...
Mas o que o Orion diz tem a sua razão, está certo que não podemos ter vigilantes em todas as esquinas, mas no caso do PNPG não só não tem em todas as esquinas, como não tem nas curvas, nem em cima e nem em baixo, ou seja praticamente não tem!Pelo menos pouco os vi.
Mas que parque é este?!!!é só para pertencer ao título de uma das 7 maravilhas naturais?! Um dia destes meia dúzia de malucos resolvem fazer das suas e era uma vez um parque!
E com um bocadito de sorte ainda apanhamos um dia destes alguém a cobrar-nos taxas só por caminharmos na nossa pátria nacional!Ah!Não sei se rir ou chorar!
Olá João
Nem eu estou à espera de um guarda em cada trilho, mas pelo menos vigilância na estrada, vejam os últimos assaltos aos carros,de que também fui vítima. Da vigilância/prevenção aos fogos florestais não queremos que o verão de 2010 se repita. Quanto ao civismo e educação ambiental não se aprende do dia para a noite, demora anos, gerações, o medo da multa é mais célere, nas estradas quando se vê a polícia ou um radar é garantia da redução de velocidade.
Rui,
Um Feliz Aniversário!!!
Bjs.
Apesar de eu não ser benvinda e este Blog eu vou comentar :)
A questão é mesmo a falta de civismo, mas isso não se muda num dia de passeio ao ar livre, concordo com o Orion que deveria existir mais vigilância, mas tb não iria trazer grandes alterações até porque seriam vigilantes locais e isso traz algumas “controvérsias “, facilmente são subornados, enquanto houve dinheiro de fundos perdidos etc … eram 2 ou 3 em zonas que so necessitavam de 1 , agora não existe nenhum. Mas concordo mais com o João Grilo a única solução para proteger algumas zonas será mesmo o pagamento de taxas, acho que não adianta tentar resolver a situação quando outros fazem publicidade de trilhos para facilitar os passeios de quem só quer passar uma tarde ou um fim de semana no PNPG e chegar á cidade e dizer aos amigos, quem gosta realmente de natureza, não precisa de coordenadas de trilhos, procura-os. Eu não estou a falar só das pessoas que vivem fora do PNPG. Quando eu critico alguns objectivos do Movimento Gerês com gente é porque eu também conheço as pessoas que vivem no PNPG e sei que muitas querem facilitismos para ganharem muito dinheiro a custa dos recursos naturais do PNPG , por isso hoje em dia existem tantas áreas desertificadas, acho que as pessoas antes de falarem dos efeitos negativos das taxas devem-se colocar em varias situações. Vocês que estão sempre a falar das taxas, não sei como ainda não foram multados, afinal têm tido alguma sorte :).
Cumprs
Alice, uma coisa eu posso garantir... se não fosses bem vinda a este blogue ninguém leria o que aqui escreves.
Deixo aqui um pequeno texto que explica um direito que existe na Suécia. Esta foi das maiores surpresas que tive quando visitei este pais nórdico.
Nota: peço desculpa por estar em inglês
Allemansrätten — the Right of Public Access
In Sweden, nature is something to be shared by everyone. And nothing is better proof of this than allemansrätten.
Allemansrätten, or the Right of Public Access, is one of the unique joys of living in Sweden. It allows anyone to roam freely in the countryside, swim and travel by boat in someone else’s waters and pick mushrooms and berries in the forest. Although landowners can put up signs to exclude visitors from certain private lands, and areas that are particularly vulnerable to damage are always off limits, the general rule is that visitors are allowed to walk across lands at a reasonable distance from houses, yards, gardens and fenced-in areas. With this right comes the responsibility to tread carefully and to show consideration for landowners and others.
As long as the land is not cultivated, and as long as no damage is caused, this means that most of Sweden’s nature is yours to explore. Except for the area nearest a person’s house, you’re even free to camp or park a motor home on another person’s land for up to 24 hours. After this, you’ll need the landowner’s permission to stay.
Allemansrätten is the basis for recreation in Swedish nature. It depends on mutual respect between landowner and visitor, and on the understanding that visitors are only passing through. Because of this, Swedes don’t normally think of land in strict terms of public versus private property. They see nature as something to be enjoyed, not possessed.
Because it has existed for generations, allemansrätten is much deeper than law — it’s a part of the country’s national identity. School groups explore the forests from an early age and families often fish, pick berries or go for walks in the woods together. Many people can identify a surprising number of birds, fish and trees by name. And nearly everyone knows where to find their secret patch of chanterelles, sometimes known in Swedish as “the gold of the forest.”
http://www.sweden.se/eng/Home/Work/Life_in_Sweden/Climate_nature/the-right-of-public-access/
Era óptimo que todos os visitantes do PNPG fossem como os suecos ou outros países, o problema é que a grande parte dos visitantes nacionais, só tem comportamento exemplar no estrangeiro, No PNPG tem um comportamento nacionalista dominados pelos 5 300 Ha. E alguns chegam a ser caricatos a forma como falam com os locais. Nenhum visitante foi multado em terrenos privadas, pelo contrario, muitos pedem aos residentes para acampar e estes acolhem com gosto. Agora Senão existe Respeito e Civismo por parte dos visitantes, mas isso não se muda de um dia para o outro então não existe confiança nos visitantes. As taxas devem existir para salvaguardar interesses ambientais
Cumprs
Essa lei justifica-se já que 50% dos 67% de área florestal na Suécia é privada, logo houve desde sempre por parte dos suecos um respeito pela natureza, sendo que as empresas que exploram madeira são obrigadas a cumprir padrões para conquistarem o selo de Floresta Sustentável.
As empresas e Habitantes locais devem plantar quatro árvores para cada uma que é derrubada, o que não acontece em portugal.
Cumprs
Naturalmente que os modelos não podem transpostos directamente de uma realidade para outra. Qualquer modelo existe num determinado enquadramento legal, fiscal e cultural e fora dele pode não ser exequível. No entanto as boas práticas são para adaptar. A maioria das pessoas percebe a necessidade de regulamentar/ordenar a visitação com base em critérios claros e transparentes. O que não percebe é o pagamento de uma taxa por um serviço administrativo sem qualquer retorno para o Parque. A taxa cobrada pelo ICNB não é uma taxa pela visitação, é uma simples taxa pelo serviço administrativo. Explicar porque se cobra 152 € por responder a um pedido não é fácil, Aliás é impossível. É uma violência excessiva e desde o Gandhi que se conhece a melhor resposta nestes casos. Seja pela alteração do POPNPG, seja pela alteração da 138-A devemos procurar melhorar as condições de visitação. O Parque precisa de compreender que os visitantes regulares são pessoas comprometidas com o PNPG. São pessoas que gostam do Parque. Não gostam apenas de caminhar, gostam de caminhar no PNPG. Em muitos locais o voluntariado é uma forma de responder a constrangimentos orçamentais e não tenho dúvidas que dentro dos visitantes regulares existem muitos que aceitariam comprometer-se com o Parque de diversas formas. Muitos dos trilhos poderiam ser mantidos abertos com apoio desse voluntariado e em melhores condições. Ainda ontem um documentário sobre o Trilho do Apalache mostrava comoisso é possível. Muitos dos velhos caminhos poderiam ser novamente mantidos pelo trabalho comunitário a exemplo dos tempos em que foram abertos. Pensem no trabalho necessário para levantar um fojo, manter um caminho carreteiro e outros exemplos. Os nossos antepassados fizeram-no com esse trabalho comunitário. Muito do parimónio edificado que hoje são trsites ruínas podiam ser locais de interpretação entregues a clubes e associações. O Parque precisa é deixar de desconfiar e perseguir os seus aliados naturais. São as pessoas que vivem e visitam o Parque regularmente que melhor podem ajudar. Os Suecos não são Marcianos, foram é educados a respeitar as áreas naturais até isso fazer parte da sua "identidade nacional". Como nos recorda a cultura Chinesa uma longa viagem começa com um único passo.
Mas os visitantes e melhor ainda os habitantes podem abrir os "carreiros" centenários, percorridos pelos pelos pastores e agricultores e nao precisam entrar na zona de proteção total. Nao faltam trilhos a percorrer, e os habitantes até agradecem. Em 15 anos nao se fez nada, so se destruiu. Falas bem! mas fazer são outros tantos :)
A questão da visitação não é uma questão da ZPT, é uma questão de todo o Parque. Na área natural um grupo de 16 amigos (4 famílias) não pode caminhar sem autorização. Ou seja se em Pitões quisessem visitar o carvalhal do Beredo não poderiam. Eu não me importo que pensem de forma diferente, não gosto dos argumentos de pescadinha de rabo na boca. As afirmações precisam de ser sustentadas e maturadas.
Não é necessário referir aqui o regulamento do PO e descrever os artigos isso quem quiser toda a gente sabe, o que não parece saber é a importância dos carvalhais dos ribeiros do Beredo e do Rio Mau, e o risco de extinção. Imagina o impacto de 16 pessoas, o limite para fazer desportos radicais como canyoning e rafting são 15 pessoas e infelizmente as cascatas estão cheias de buracos e pedras a cair assim como os peixes diminuíram nestas zonas. Não acredito que um grupo de 5 ou 3 pessoas sejam multadas, como não acredito que algumas pessoas que seguem este blog o sejam. As taxas servem para identificar e controlar grupos , visitas escolares etc … Cada um é consciente das suas atitudes mas em grupo as coisas não funcionam dessa forma. Não podemos ter todos a mesma opinião ..
óptimas caminhadas para vocês :)
Cumprs
A Alice Lobo sabe qual é o zonamento do Carvalhal do Beredo? Julgo que não deve saber. Posso pedir-lhe um pequeno favor leia os documentos dpo PNPG, informe-se e depois escreva o que pensa sobre eles. Eu falo num pequeno grupo de a caminhar e começa a falar em canyoning e rafting. Diga-me um local no PNPG onde se faça rafting. Eu não conheço, mas se a Alice Lobo conhece.
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