A sazonalidade é um «problema» que afecta muitas regiões turísticas que se vêem a braços com uma época onde o fluxo de visitantes decresce de forma notória.
O Conselho das Finanças Públicas define a «sazonalidade» como "a presença de variações que ocorrem em intervalos regulares específicos inferiores a um ano, tais como a frequência diária, semanal, mensal ou trimestral. A sazonalidade pode ser causada por vários fatores, como o clima, os períodos de férias, fins-de-semana e feriados, e consiste em padrões periódicos, repetitivos, geralmente regulares e previsíveis nos níveis de uma série cronológica. Distingue-se da variação cíclica, uma vez que esta pode não ocorrer em períodos regulares e/ou previsíveis."
A sazonalidade é bem-vinda por uns e mal-amada por outros. Existem regiões do país que estabeleceram um ciclo ininterrupto de condições da sazonalidade originadas pelas condições meteorológicas ou pelas condições do próprio mercado que assiste a uma diminuição do fluxo de visitantes, originando o encerramento de estabelecimentos hoteleiros e de restauração em localidades onde os motivos de visita (sem os que são exaustivamente promovidos em determinada época) são escassos ou inexistentes. Por outro lado, existem também factores de sazonalidade que são criados de forma «artificial», isto é, apesar de haver motivos que possam levar a uma diminuição dos efeitos da sazonalidade (estação do ano, por exemplo), escolhe-se não os promover, incrementando assim um ciclo «vicioso».
Recentemente, ocorreu um caso que poderá ser paradigmático da sazonalidade que ocorre em várias zonas do país. Num estabelecimento hoteleiro, um casal que pretendia o pequeno-almoço fora do restrito período no qual é disponibilizado, pediu que este o fosse «servido» antes da hora indicada porque necessitava que estar em determinado local, a determinada hora. Foi-lhes dito que tal não seria possível devido à falta de pessoal. No dia, pela manhã, estando o pequeno-almoço a ser preparado - mas ainda fora do horário para tal - pediram alguns alimentos antes de saírem para a montanha, o que lhes foi, de forma reticente, concedido. No dia seguinte, a situação era semelhante, isto é, o casal necessitava de estar em determinado ponto a determinada hora, não lhes sendo possível desfrutar do pequeno-almoço na hora estabelecida no alojamento. Quando desceram para saírem, qual não foi o espanto quando encontraram a porta da sala de refeições fechada à chave, impedindo-os de ter acesso ao pequeno-almoço que, aparentemente, estaria a ser preparado.
A sazonalidade não se combate assim...
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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