A noite passada em Bulnes trouxe-nos a tranquilidade do despertar da montanha. O dia seria de caminhada dura e exigente, e a apreensão residia lá, no fundo, e na constatação de que, apesar de ser um caminho já calcorreado, o presente era muito diferente.
Na nossa primeira subida de Bulnes à Vega de Urriello caminhando pelo Canal de Balcosin e pela escombreira de Camburero, a meteorologia havia nos brindado com uma paisagem curta e cinzenta. Nesse dia, nada veríamos da paisagem, a não ser as nuvens que se afastaram de forma momentânea para nos deixar vislumbrar o Pico da Vega de Urriello.
Desta vez, seria diferente...
A frescura matinal das paisagens do cinza-claro dos alcantilados calcários que envolvem Bulnes, daria lugar a um calor que trocaria de protagonismo com o vento fresco que por vezes nos animaria na subida. As paisagens mostrar-se-iam estupendamente grandiosas e o Pico estaria presente e 'já ali' na maior parte do caminho.
Na primeira vez, e de tanto vislumbrar vídeos em preparação da caminhada, esta pareceu mais fácil, pois tudo surgia a poucos metros. Nesta caminhada, cada passo levava-nos mais próximo do próximo objectivo, mas este parecia nunca chegar, o que tornava o esforço um bocadinho mais forte.
Curiosamente, achei interessante a forma como abordei a pequena trepada antes de chegar à Vega de Urriello. Foi-me «mais difícil» desta vez, o que me ensinou que não devemos tomar tudo por garantido. No final, lá foi tudo superado e esperava-nos a noite no refúgio...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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