Não passa um ano no qual o turismo e a Serra do Gerês não sejam referidos devido às inúmeras quedas aparatosas que acontecem nas suas diversas cascatas e rios.
Bastou chegar o tempo quente na época pascoal que surgiram logo os acidentes em Fecha de Barjas com uma queda de um incauto turista. O ano promete assim seguir a linha dos anos anteriores com dezenas de quedas, respectivas notícias e consequentes comentários nas diversas redes sociais.
Desde irresponsáveis que se penduram em cascatas, até mais irresponsáveis que levam os seus filhos de colo por pedras húmidas e polidas pela corrente, surge de tudo! É vê-los a carregar pesadas geleiras pelos carreiros estreitos, boias de praia por entre as urzes e a carqueja, gritos histéricos em espaços protegidos, o lixo que fica para os outros apanharem, a pouca agilidade no salto das rochas e o desafio do lancil, tudo isto são marcas do estio pelas paragens do Parque Nacional.
Depois, ah depois, temos a culminar, o verdadeiro desfile da (sempre) nova moda do calçado de montanha por estas paragens. A linda chanata, ou o maroto chinelo fazem as delícias das descidas mais arrojadas por entre a poeira que se levanta, o osso que parte e o nariz que sangra. As férias deixam sempre a recordação da inconsciência, de «fazer orelhas moucas às notícias, porque só acontece aos outros» e do ignorar os inúmeros avisos existentes, ignorar o bom senso e desmentir a evolução que tanto custou a Darwin provar...
Fotografia © António Pinheiro (Todos os direitos reservados)
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