sábado, 23 de janeiro de 2021

O Castelo de Meiduno nas terras do Gerês

 


Os velhos livros permitem-nos ter uma janela um pouco aberta para o passado distante das terras Geresianas.

Ainda antes da nacionalidade, o território foi ocupado por muitos povos que por aqui se foram estabelecendo numa ocupação que remonta há milhares de anos. Foi esta ocupação que foi moldando a Serra do Gerês, transformando-a - bem ou mal - naquilo que hoje é; um território humanizado no qual se tenta balançar a existência do Homem com a protecção da Natureza, num balancear entre dois extremos!

Os olhares mais atentos irão descobrir os sinais desta ocupação milenar, desde as figuras rupestres do Absedo às velhas pontes romanas na Albergaria, passando pelas antas do planalto da Mourela adjacentes às agrestes paisagens da serra. No entanto, é necessário «caminhar na leitura» destas janelas para o passado para encontrar outros vestígios que agora deixaram de existir na paisagem.

No seu livro "Serra do Gerez - Estudos, Aspectos, Paizagens", Tude de Sousa leva-nos ainda mais distante no tempo referindo a existência do Castelo de Meiduno, nas serras do Gerês, ou mesmo de uma cidade designada Quitana onde existiriam dois castelos, sendo um deles chamado 'Castelo de Castro Rubias'.

A escrita de Tude de Sousa é ela própria baseada em escritos antigos e mapas desenhados com a incerteza de um território selvagem e escassamente povoado, mas onde aparentemente se demorava um povo chamado 'Ancondeos'.

No texto de Tude de Sousa (pág. 9 e 10):

Parece ter sido nas serranias do Gerez que demoravam os povos denominados Ancondeos. 

Diz Gandara nos Triumphos da Galliza (Liv. I, Cap. XI) que nos montes do Gerez existiam as ruinas do castello Meiduno, onde foi encontrada uma estatua vestida á moda antiga, com esta lettra:


Este castello seria porventura a cabeça dos povos Ancondeos, proximos do Gerez, ou moradores nas suas serras.

Havia aqui ainda uma cidade, sita na via militar, com o nome de Quitania e junto d'ella dois castellos, um dos quaes se chamava Castro Rubias, mas de nenhum d'elles se lembra qualquer dos auctores a que recorreu o do Mappa da Lusitania Antiga.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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