O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) assinala na sua página do facebook, o 49.º aniversário do Parque Nacional da Peneda-Gerês com um texto muito bonito que aqui transcrevo e no qual pretende dar a transparecer que está tudo bem...
A 8 de maio de 1971 foi criado o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), primeira área protegida de Portugal e a única com estatuto de Parque Nacional!
Assinalamos hoje o seu 49º aniversário e, apesar do confinamento a que estamos sujeitos, que nos impede de comemorar a data da forma ideal, não quisemos deixar de marcar este dia proporcionando, a parceiros e amigos, uma comemoração virtual.
Já no Decreto-Lei n.º 187, de 8 de maio de 1971, consta: “Ao criar-se o primeiro parque nacional no continente, procura-se possibilitar no meio ambiente da Peneda-Gerês a realização de um planeamento científico a longo prazo, valorizando o homem e os recursos naturais existentes, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas”. Conjugar a conservação da natureza e o desenvolvimento socioeconómico é um desafio que se coloca na gestão de todos os territórios. Quando estes incluem o único Parque Nacional Português o desafio é muito maior. Conservaram-se solos, águas, flora, fauna, e o caráter humanizado deste território que é marca deveras importante: a existência de um clima harmonioso entre as atividades humanas e a natureza, fundamental para o equilíbrio do ecossistema, é um conceito fundamental que a presente crise pandémica acabou por tornar ainda mais evidente.
Ao ser incorporado o desenvolvimento sustentável na definição de estratégias para o território do PNPG está a ser dado um sinal da clara aposta na alavancagem de uma estratégia de desenvolvimento económico sustentável com base nos recursos naturais. E esse é o caminho a seguir quando perspetivamos a gestão do nosso Parque Nacional.
O PNPG apresenta notável diversidade botânica com alguns dos mais importantes carvalhais de Portugal, bosques de vidoeiros, matos, vegetação das margens dos cursos de água e turfeiras, para além de matos húmidos, prados de lima e lameiros. Igualmente rica e variada é a fauna, com espécies endémicas (salamandra-lusitânica), ameaçadas (lobo-ibérico) e outras de distribuição limitada, como o corço, constituindo este último o seu símbolo. Fruto da já referida ocupação humana, que remonta ao neolítico, o Parque Nacional da Peneda-Gerês possui um importante património arqueológico e histórico-cultural.
O ICNF, I.P. tem atualmente em curso vários projetos no PNPG, financiados por programas comunitários e nacionais, com o objetivo de proteção dos habitats naturais, valorização e restauro de áreas degradadas, gestão e ordenamento da visitação e execução de intervenções de prevenção estrutural, bem como projetos de controlo de espécies invasoras. De salientar que, em alguns destes projetos, tem sido muito relevante o estabelecimento de parcerias várias, designadamente com os Municípios, Instituições de Ensino Superior e Associações de Desenvolvimento Local. Tirando partido de dinâmicas como estas, em que as entidades parceiras “colocam ao serviço da área protegida o que de melhor têm para oferecer no quadro das suas competências e atribuições, pondo em prática uma gestão participativa, colaborativa e articulada”, instituiu-se o modelo de cogestão das áreas protegidas, atualmente em construção.
Contamos com todos e continuaremos a fazer questão nesta gestão de proximidade!
Cuidem-se, e nós continuaremos a cuidar do PNPG!
Sandra Sarmento
Diretora Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte, ICNF,IP
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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