sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Trilhos seculares - De Lagoa a Cabril, uma passagem pela Lamalonga


Aproveitando a manhã de estudo para conhecer os Currais de Lagoa e do Couço, percorri uma parte da Serra do Gerês que me levou a passar por paisagens já conhecidas, mas vistas de outras perspectivas.

Iniciamos a jornada em Lagoa depois de identificar os currais ali existentes bem como os Currais do Couço. O resultado deste trabalho pode ser visto e lido em "Para um estudo dos currais de Lagoa e do Couço em Cabril". De Lagoa seguimos para o Curral do Bitcho (em Couço) e fizemos questão de passar junto das ruínas da Casa do Padre. Há já tantos anos que por ali não passava e esta visita foi como se fosse a primeira vez que via aquelas enigmáticas ruínas.

O nosso objectivo da manhã era chegarmos ao Curral de Maceiras por onde havíamos passado há umas semanas atrás. Da casa do padre, atravessamos o leito seco da Ribeira do Couço e passamos pelo Curral do Adega seguindo depois para o Curral do Barreira e enveredando por um carreiro que se esconde entre a vegetação que nos levou ao Curral de Maceiras. A percepção deste curral só nos surge pelos muros de pedra solta que ainda vão espreitando por entre as giestas e a urze, pois quase toda a sua área está coberta de vegetação que o dissimula na perfeição. Mesmo o seu forno (abrigo pastoril) encontra-se escondido com a sua entrada coberta por giestas.







Depois do Curral de Maceiras seguimos na direcção do Barroco de Trás da Pala, passando por uma curiosa formação geológica e por uma pequena mina. Existem referências a dois registos mineiros com a designação 'Maceira' feitos pela Sociedade das Minas dos Castelos, Lda., em 24 de Março de 1943 (registo n.º 106 e registo n.º 45 de 2 de Abril de 1945) e com a designação 'Maceira 1' (registo n.º 169 e registo n.º 99 de 2 de Abril de 1945). Estes registos mineiros foram feitos na Câmara Municipal de Terras de Bouro (Livro de Registo de Minas), mas por se encontrarem em sequência com outros registos realizados noutras áreas da Serra do Gerês, penso não serem correspondentes à pequena mina a céu aberto por onde passamos. Penso que esta mina estará mais relacionada com os registos com a designação de 'Lamas de Homem'.

Passando no final do Barroco de Trás da Pala, chegamos à parte Sul da Lamalonga onde paramos para retemperar forças antes de iniciar a segunda parte da jornada através da Sesta de Lamalonga e seguindo para a Laje dos Bois. O carreiro lava-nos numa primeira fase voltados para o vale do Ribeiro das Negras (mas sem vermos o Curral da Volta da Cuba), ladeando depois a Corga de Sobroso e finalmente o vale do Ribeiro do Penedo (ou Pinhedo?). O carreiro vai descendo até nos levar a atravessar este ribeiro, mas vemos a cabana do Pinhedo e que em 2010 foi recuperada pela Comissão da Vezeira do Ferral, com a finalidade de fazer uma surpresa ao último vezeireiro daquela localidade. Infelizmente, a cabana encontra-se coberta de vegetação e somente um olhar atento a consegue descortinar na encosta.

Chegados ao estradão, seguimos em direcção às lagoas da Ribeira de Cabril onde refrescamos os corpos quentes do intenso calor que se fazia sentir. Seguimos depois pelos velhos carreiros de pastoreio, passando ao lado da Corga Escura e do Cubo de Baixo, chegando a Chelo e depois Cabril já pela estrada.

Algumas fotografias do dia...














































































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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