segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Petição "Pela revogação da liberalização do eucalipto"


Portugal ardeu como arde todos os anos. Portugal tem uma «época de fogos» como se isto fosse uma inevitabilidade do Verão nacional à semelhança da «época balnear» ou de outras alturas na nossa vida em que sabemos que naqueles dias algo vai acontecer.

Portugal é um país que não adopta de facto políticas para combater os incêndios e existe vontade política para que eles continuem todos os anos a acontecer. É nesta alturas em que vemos os revoltados do facebook e das redes sociais a atiçar revoluções que esmorecem à medida que os «likes» vão caindo ou as notícias dos futebóis vão surgindo.

A petição on-line é instrumento de cidadania que pode ajudar de certa forma este país tomar um rumo diferente, mas parece que o nosso individualismo é cada vez mais forte que nos leve a somente ter interesse pelas futilidades do dia-à-dia até ao próximo Verão, altura em que um pouco mais da nossa paisagem se transforme num novo eucaliptal.

Segundo Carlos Fragoeiro, autor da petição "Pela revogação da liberalização do eucalipto", o "Decreto-Lei n.º 96/2013, de 15 de Julho, que implementou o novo regime de arborização que liberaliza a plantação em monocultura de eucalipto, deixando de ser necessário pedido de autorização prévia às autoridades florestais até 2 hectares, e que tornou mais complexo e burocrático a florestações com espécies autóctones, como por exemplo sobreiro, carvalho, castanheiro, pinheiro bravo e manso e outras tantas." Isto é, esta lei baseada em interesses económicos simplesmente permite que não hajam entraves de maior para que toda a paisagem portuguesa seja um grande eucaliptal que somente serve para alimentar as industrias do papel e permitir as negociatas dos incêndios no Verão.

Não podemos perder a nossa paisagem em troca de uma paisagem estéril... ou então tragam os coalas que aqui serão felizes.

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