Finalmente com a trégua da meteorologia surgiu a oportunidade de regressar à Serra do Gerês para uma incursão numa das suas zonas mais «selvagens». O objectivo do dia estava traçado à partida: «descobrir» o Curral de Baltemão (ou Valtemão).
Havia avistado este curral na caminhada de 5 de Março de 2015 e mesmo visto à distância, o local parecia promissor. Na altura o nosso objectivo era outro e quando avistamos o curral, já estávamos o suficientemente afastados para não voltar atrás. Não é que seja necessário, mas criava-se assim uma razão para voltar àquelas bandas.
A designação do curral surgiu num dos comentários à publicação que fiz sobre essa jornada, por entre os nomes de outros currais que naquele dia havíamos visitado. Apear de ser um comentário um pouco confuso, pois num segundo comentário foram corrigidos os nomes dos outros currais, este foi o único no qual se manteve a designação e assim estou convencido de que esta seja a designação correcta.
Assim, o Curral de Baltemão seria mais um para a já grande lista de zonas de pastagem na Serra do Gerês. No entanto, e por se tratar de uma zona que usualmente está um pouco afastada das jornadas diárias pela Serra do Gerês, esperava com certa expectativa conhecer este local.
A caminhada foi iniciada através da longa Corga da Abelheira até atingirmos o seu topo, verdadeira varanda para a imensidão e espaços largos da serra Geresiana. A vista é fenomenal nesta altura do ano onde a Primavera explode em tons de amarelo e violeta, pintando as encostas num quadro magnífico. Com as recentes chuvas, os caudais faziam-se escutar lá no fundo dos vales e os caminhos continuam encharcados, obrigando a um constante saltitar para poupar as botas de indesejáveis «mergulhos».
Deixando para trás a imensa corga e voltando à esquerda em Entre Caminhos, ruma-se em direcção aos Currais da Biduíça com o seu recentemente construído abrigo. O caminho prossegue seguindo a margem direita da Ribeira de Biduíça e passamos o Curral de Rochas de Matança. É um pouco mais adiante onde nos permitimos atravessar entre margens sem grandes saltos e aventuras. O caminho vai serpenteando por entre arvoredos, grandes blocos graníticos e memórias de antigos currais que nos nossos dias se fazem notar pelas pedras que espreitam por entre as urzes, entretanto crescidas.
O caminho vai-nos levar a atravessar três currais. O primeiro surge-nos timidamente escondido pela vegetação e o seu forno está alagado (destruído) de há muitos anos pelo tamanho das pequenas árvore que foi ganhando raízes e espaço no seu interior. O forno faz-se notar pela disposição circular das rochas e é visto pelo olhar mais atento, passando despercebido a quem caminha sem a preocupação de os procurar. Mais adiante surge um curral que não nos escapa à atenção. O seu forno, mais notado, está também alagado, mas a área é ainda utilizada pelos gados para pastagem. Há quem lhe chame Curral de Lamelas de Baixo. Continuando o percurso chegamos ao terceiro curral, de área superior aos anteriores, e muito utilizado nas grandes travessias entre Pitões das Júnias e a Portela do Homem. Tal como o anterior, o seu nome é vítima das cartas topográficos e do "foi um pastor que me disse", havendo quem lhe chame Curral de Lamelas de Cima ou Curral das Lamas do Compadre.
Após uma pequena paragem para os líquidos (tanto para fora como para dentro...) segue-se em direcção à raia, apontando-se à Ourélia dos Rúbios. Muito antes de lá chegar atingia-se o objectivo. Saindo deste último curral encontram-se dois carreiros; prosseguimos a Norte e com atenção, encontramos umas pequenas mariolas que nos levam ao Curral de Baltemão.
O Curral de Baltemão é discernível pela usual limitação com os muros de pedra solta que em muitas zonas estão cobertos pela vegetação que ali foi crescendo de forma despreocupada. Não consegui localizar o forno (se este existir) e no final a visita valeu pela georreferênciação.
Curiosamente, o carreiro que nos leva a este curral é o mesmo que havia notado numa paragem na Ourélia dos Rúbios há alguns anos, aquando de uma travessia entre Pitões das Júnias e Pincães. Na altura ficou a curiosidade de saber para onde aquele carreiro nos levaria.
Regressando ao Curral das Lamas do Compadre (?) decidi não regressar ao ponto de partida pelo trajecto inverso. O dia ameno primaveril e a brisa que corria, fizeram-me optar por realizar um percurso circular que me lavaria a passar a Sul dos Currais das Negras e depois a Este dos Currais de Matança, seguindo o velho trilho mineiro que me levaria à Mina do Castanheiro e ao marco geodésico ali existente. Daqui, fui seguindo o carreiro dos vezeiros em direcção a Chã de Suzana passando pelas Portas do Castanheiro com o objectivo de chegar à grande mariola junto ao estradão para a Laje dos Infernos. Antes, porém, de chegar à mariola, flecti à esquerda para tomar o estradão em direcção ao ponto de partida. Foram uns três quilómetros que me pareceram longos demais...
Distância folheto: Não disponível
Distância GPS: 18,3 km
Distância odómetro: 18,5 km
Distância GEarth: 18,5 km
Distância GEarth: 18,5 km
Altitude máxima folheto: Não disponível
Altitude máxima GPS: 1.261 m
Altitude máxima GEarth: 1.251 m
Altitude máxima GEarth: 1.251 m
Altitude média GEarth: 1.051 m
Altitude mínima folheto: Não disponível
Altitude mínima GPS: 718 m
Altitude mínima GEarth: 714 m
Altitude mínima GEarth: 714 m
Duração folheto: Não disponível
Duração jornada (GPS): 5h 45
Avaliação final (máx. 10): 8,5
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