Perdidos nos tempos, alguns ditados populares característicos das gentes Geresianas ainda sobrevivem nos nossos dias, outros estão esquecidos pela alteração dos usos e costumes que ao longo das últimas décadas marcaram a Serra do Gerês.
Baseado nos escritos de Tude de Sousa, aqui estão alguns deles...
Ano de nevão, ano de pão
Janeiro, gieiro, não deve molhar o rabo ao gato.
Fevereiro, febras de neve e não de messe.
Vai-te Fevereirinho curto, que me deixaste os meus bezerros todos oito...
Lá virá o meu irmão Março, que dos oito fará quatro e ainda meu primo Abril, que levará os couros a curtir.
Março - pelarço (quer dizer que não se devem deixar os abafos, nem tosquiar animais).
Março - onde quer eu pasto (o gado): indicação de que começam a aparecer as pastagens.
Abril, abre a porta e deixa-me ir (ao gado para a serra onde já encontra com que se fartar).
Maio - louro, coberto de ouro. Há-de beber o boi no rego (da lavoura).
Ruim é o Maio, que não rompe uma crossa.
Junho amoroso faz o ano formoso.
Em Agosto queimam-se os montes.
Em Setembro secam as fontes.
Em Outubro secam fontes e tudo.
Em Outubro colhe tudo, verde ou maduro.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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