Eis-nos chegados a um daqueles momentos em que se decide um futuro. Enquanto se discute o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG) foi implementada uma portaria que tem como único objectivo condicionar de forma dramática o acesso às nossas áreas protegidas, e não me refiro somente ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, e a forma como as pessoas habitam no interior dessas áreas.
A Portaria n.º 1245 de 13 de Outubro entra nas nossas vidas como uma decisão de um bando de ignóbeis que não tem a mínima consciência em relação aos actos e matérias sobre as quais quer regulamentar. Num gabinete onde se imagina alguém com um mínimo de inteligência e conhecimento da realidade de um país, deverá estar sentado alguém, algum decisor seborreico que nos incomóda com a sua simples existência. É uma comichão que já chateia, são decisões que nos ofendem na nossa condição de cidadãos de um país que se quer livre e socialmente avançado.
Decisões assim como as que derem origem a esta port(c)aria, são um verdadeiro apelo à revolta de quem todas as semanas e todos os meses pretende tirar o máximo partido do que este país nos dá. É um apelo à revolta de quem sempre viveu nessas áreas e que vê o seu dia-á-dia condicionado com o pagamento de taxas sobre as acções mais naturais que se possa imaginar. Tendo em vista o lucro fácil, os decisores de face oculta envoltos num ambiente mafioso e pidesco, comportam-se como umas grandes vacas capitalistas que pretendem aumentar os lucros de um estado falido e podre que pretende legislar e regulamentar de uma forma autoritária e salazarenta com um bafo a Estado Novo ao qual já não estamos habituados. São velhos tiques que renascem de uma sepultura sobre a qual infelizmente não souberam colocar uma pesada lage.
Não podemos ter estas pessoas a decidir. Não podemos ter estas pessoas a nos ofenderem desta maneira sem que nada lhes aconteça. Num país onde não se preza o mérito, estas mentes infelizes irão continuar com os seus empregos, nas suas secretárias engasgados com as gravatas do poder, de um poder mafioso. É tempo de dizer basta! É tempo de lutar por um acesso livre mas devidamente regulamentado às nossas montanhas e às nossas zonas protegidas. Essa gentalha para a rua...
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