Esta é daquelas publicações que não são do agrado do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Porém, e como o PNPG se descartou (ou foi descartado) de uma função de preservação da memória local (veja-se o exemplo das Minas dos Carris), são registos escritos como este que ficam para memória futura, porque a memória dos homens vai-se dissolvendo com a passagem dos dias...
Envolta (ou não) em lenda e relatos do oculto, nos idos dos anos 70 do século passado, um incêndio terá deflagrado nesta casa. O seu interior terá sido totalmente consumido pelas chamas e somente terão restado as paredes do edifício. Tal como a maioria das casas que serviam de abrigo aos Guardas Florestais, a Casa de Palheiros sofria o mesmo fim. Porém, devido ao seu estado após o suposto incêndio no qual as paredes se encontravam em perigo de caírem, o PNPG terá decidido derrubá-las, dando-lhe assim um definitivo golpe de misericórdia.
Os dias passaram a semanas e as semanas em longos meses e anos. O que hoje encontramos no local da antiga Casa de Palheiros, que supostamente era um edifício com rés-do-chão e primeiro andar com uma paisagem única, é uma mata espontânea que foi crescendo naquele lugar esquecido. Um grande cedro marca o local juntamente com uma grande rocha de peculiar forma. Da casa já pouco se nota: umas pedras, vestígios e rebocos de cimentos e pedaços de tijolo. Aqui e ali uma dobradiça ferrugenta lembram-nos que em tempos aquele lugar terá sido ocupado por um edifício único na arquitectura das Casas de Abrigo construídas na área do que é hoje o nosso único Parque Nacional.
Não me recordo de ver qualquer fotografia ou mesmo esboço deste edifício, não muito longe do qual existiam os Viveiros de Palheiros que ficavam na margem esquerda da Ribeira de Gramelas antes da Ponte de Gramelas.
A Casa de Palheiros estaria localizada a 41º 47'45 N - 8º 09'08 O e a uma altitude de 671 metros, dentro da Zona de Protecção Total da Mata de Palheiros.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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