domingo, 9 de março de 2025

Trilhos seculares - Carris de Maceira e Lomba de Pau em dia de neve

 


A jornada não seria muito longa, mas o cenário invernal trouxe as dificuldades de caminhar num dia de neve na Serra do Gerês.

Tínhamos como objectivo apreciar as paredes graníticas do Pé de Medela num cenário que sabíamos seria de neve. Ela acabaria por surgir aos 1.200 metros, acompanhada por um vento frio e muito nevoeiro que ora de cerrava, ora nos deixava perscrutar um pouco mais além. A caminhada ao longo do Vale do Rio Maceira já deixava antever que parte do percurso seria com mais dificuldade, caminhando-se sem grandes problemas até atingirmos o Curral de Carris de Maceira. Ao percorrer o vale, o Cabeço da Cantara mostrava a sua mortalha branca indicadora que àquela altitude a neve já era «muita». Por outro lado, em Carris de Maceira a neve ia preenchendo os cantos, escondida do vento que a açoitava para longe.





O vento cortante era, nesta altura, a maior dificuldade que fazia com que a sensação de frio fosse mais intensa. O descanso era curto, pois o movimento gerava o calor que tanto necessitávamos. 

Infelizmente, o Pé de Medela ficou-se por um vislumbre entre a neblina, mas o cenário que esperávamos não se verificava. Seguimos então para o topo da Corga da Cântara e tomamos o carreiro para o Vale da Lomba de Pau. Por entre as nuvens que lambiam as encostas, via-se o fundo do Vale de Maceira já na Corga de Fontaíscos e o Lameirão do Teixo. O carreiro leva-nos a passar o topo de dois vales antes de chegar às imediações da Lomba de Pau.





A Lomba de Pau surgiu tranquila e silenciosa, pois o vento amainara e começara a nevar, neve que em breve voltaria a ser açoitada pelo vento que nos fez adiantar a paragem que havíamos feito para o almoço e para o retemperar de forças.

Com o frio a ganhar terreno, era necessário retomar a marcha e seguimos pela Lomba de Pau até chegarmos ao carreiro que nos levou à Chã do Caçador e depois às Lamas de Borrageiro, iniciando então a descida para o Colo da Prezam onde a neve já rareava. O regresso à Portela de Leonte fez-se pelo Vidoal e Chã do Carvalho, descendo pela velha calçada pastoril.












Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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