sexta-feira, 13 de maio de 2022

Trilhos PNPG - Trilho do Sobreiral da Ermida (e versão 'Alternativo')

 


O Trilho do Sobreiral da Ermida do Gerês (PR14 TBR) tem início no Miradouro da Ermida, uma aldeia serrana de vocação agro-pastoril, de onde se vislumbram os maciços da serra do Gerês, a vida da aldeia, a paisagem rural e os elementos históricos e da arquitetura tradicional num panorama de prodigiosa beleza.

O percurso atravessa a ponte do Arado, construída em 1936, que torna possível a passagem para o alto da serra, nas proximidades da cascata do Arado. Ao longo do percurso é possível observar três currais: Malhadoura, Portos e Cortes, criados para a prática do pastoreio da vezeira (condução do gado para a serra alta, durante dias ou semanas, consoante o número de cabeças que possuem).

Além destes pontos, o trilho deve o seu nome, ao sobreiral de 200 hectares que se destaca na paisagem montanhosa, localizado numa encosta virada a sul, sobranceira ao rio Arado e Fafião, entre as cotas 290 e 760 m de altitude.

Com igual ponto de partida, há a possibilidade de fazer um percurso alternativo de 6 km, com passagem pelo Miradouro da Fraga do Justo, Cascata da Rajada e Miradouro da Vela.

O folheto do PR14 pode ser descarregado aqui e o traçado em gpx pode ser obtido aqui.


A realização completa (ou quase) deste percurso dá-nos duas experiências bem distintas: a verdadeira aventura de percorrer o percurso 'Alternativo' é contrastada pela enfadonha caminhada pelos caminhos abertos pelos Serviços Florestais que acabam por ligar pontos de interesse ao longo do traçado.

Nesta caminhada, decidi fazer um misto entre os dois percursos, começando por percorrer o traçado 'Alternativo' e seguindo depois o resto do PR14.


Assim, iniciando o percurso junto do Miradouro da Ermida segui as marcações que me levaram a atravessar a pequena aldeia minhota e começando uma subida que me levou até junto da Pala Ruinha e Chã da Sobreira. Caminhando por um caminho florestal, este levou-me pela Encosta da Raiada chegando ao Miradouro da Fraga do Justo que nos permite ver a paisagem montanhosa e agreste por onde corre o Rio Arado. O caminho florestal termina uns metros adiante e inicia-se uma cuidadosa caminhada pela vertente da Encosta do Fojo, descendo em direcção ao Rio Arado sobre a Fraga da Forcadela. Uma curiosa ponte metálica permite a passagem para a margem esquerda do rio perante a enormidade dos blocos de granito que ali marcam de forma vincada a paisagem. Aqui, o Rio Arado desloca-se em águas rápidas estrangulado pelas vertentes da montanha em direcção à Cascata da Rajada, uns 200 metros a jusante.

O caminho carreteiro vai agora subir por entre pequenos frondosos bosquetes e mais adiante, abre-se para o vazio do vale permitindo, numa varanda natural, a visualização da paisagem imensa que se pinta diante de nós. O traçado do percurso cruza blocos de granito que escondem pequenos espaços onde a frescura do ar já sabia bem perante o Sol que ia aquecendo o dia. Trepando a Quebrada, o carreiro leva-nos para a Chã Grande à sobra da Fraga de Viseu. Na Chã Grande, o PR14 vai entroncar com o traçado da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês. Neste ponto, e para quem desejar encurtar a distância, basta seguir a GR50 e mais adiante - já perto da Tribela - voltará a encontrar o traçado do PR14 podendo seguir para o Curral dos Portos (esquerda) ou para o Curral das Cortes (direita) baixando para a Pigarreira.


Na Chã Grande decidi continuar em direcção à Cascata da Rajada, seguindo o PR14 na vertiginosa descida pela Quebrada para o Rio Arado. Após uma curta paragem, segui caminho pelo Peito da Cilha, passando acima do Peito dos Cancros através da Encosta da Rajada e Carvalhos Traz dos Vales. Mais adiante, um pequeno desvio através do Alto da Vela levou-me ao Miradouro da Vela que nos dá "...uma vista sobre o vale do Rio Arado" como estando "na proa de um navio de granito."

Voltando ao traçado do PR 14, este vai entroncar no traçado inicial do percurso perto da Poça de Entre Regadinhos. Aqui, temos a possibilidade de terminar a jornada (virando à direita em direcção à Ermida) ou prosseguir a caminhada mais distância ao nosso dia. Encetei então o resto do caminho, prosseguindo por caminhos florestais entre campos e bosques que me levariam a baixar de novo para o Rio Arado passando na Encosta do Recanto e chegando à Ponte das Relvas. A pequena ponte permite o atravessamento para a margem esquerda do Rio Arado, continuando o percurso por Figueiredo, Curral das Carvalhas e Encosta do Sobreiral, chegando depois à Nascente de Fradelos e atingindo a estrada (Ermida - Fafião) em Fradelos.

O traçado do PR14 vai então percorrer a estrada durante algumas centenas de metros até iniciar a vertiginosa e maçadora subida pela Encosta de Fradelos, passando na Chã do Galhado, Alto Pequeno de Galhado e Sesta do Galhado. Mais adiante surge o Curral das Cortes e o caminho leva-nos depois a entroncar de novo com a GR50 mesmo antes da chegada à Tribela. A paragem para um merecido descanso e almoço ocorreu no Curral dos Portos seguindo depois para a Malhadoura, Ponte do Rio Arado e seguindo depois à sombra da Roca para o Alto da Carvalhinha já a descer para a Ermida onde terminaria a jornada.

Ficam algumas fotografias do dia...























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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