Há já vários meses que sabia deste «novo» trilho mas por uma rzão ou por outra havia sempre adiado passar por ali. Da mesma forma, vindo da Junceda para o Pé de Cabril, já há muitos anos que havia notado as mariolas que desciam um pequeno vale e acabavam por desaparecer entre a vegetação rasteira. Já na mais recente caminhada ao descer para o Mourô vindo da Freza, eu e o meu amigo Paulo Figueiredo havíamos notado uma série de trilhos que traçavam as encostas abarcadas pelo olhar.
Perante a evidência de um fim-de-semana de chuva (confiando nas previsões que muitas vezes nos enganam) e saindo muito mais tarde do que é usual, decidi-me então partir à exploração... por vezes faz bem fantasiar... Passado pelas Caldas do Gerês, rumei então à Portela de Leonte e menos de 5 minutos depois de parar o carro já estava de pequena mochila às costas a caminhar pelo estradão florestal que se inicia junto do busto de Arthur Ribeiro situado por detrás da Casa Florestal. Depios de caminhar quase dez minutos, flecti à esquerda seguindo a mariola que surje junto do estradão. Depois de subir mais um pouco, já tinha à minha frente a visão da Serra Amarela, ao fundo parte da albufeira de Vilarinho da Furna e ligeiramente á minha esquerda o imponente e magestoso Pé de Cabril. Era na sua direcção que me dirigia mas desta vez não iria subir a sua clássica ferrata. Passei ao lado do grande promontório granítico e comecei a descer para o pequeno vale que se abre a Sul. Aqui, comecei então a procurar o «novo» trilho mas antes de o começar a percorrer, foi ver as vistinhas para o Vale do Rio Gerês e contemplar a grandeza daquela montanha que me abraçava... ... ... bem... depois de fotografar uma decrépita carcaça, fui até a um pequeno marco geodésico de 2º ordem a partir do qual via o vale em toda a sua extensão. À minha frente, a Corga de Mourô e a Corga da Cantina com o Curral da Raíz um pouco mais acima. Daqui via nitidamente um trilho que se dirige a Sul... este também não me escapa brevemente! Ao lado esquerdo da Corga de Mourô, a Costa do Murjal e um pouco mais acima o Prado de Mourô (ou do Vidoal). No horizonte acima da Corga do Mourô, quase imperceptível, o repetidor do Borrageiro e a noção de que a encosta anterior marcava o Camalhão e o posterior Vale da Teixeira.
Era então hora de ir á descoberta, e que descoberta que foi. O «novo» trilho, recentemente reaberto com os trabalhos de silvicultura preventiva do Parque Nacional da Peneda-Gerês, começa junto de um carvalho facilmente identificável. Depois de atravessar o curso de água (que irá engrossar para formar a cascata de Leonte ou do Leão), facilmente se observa a limpeza do trilho. Este vai serpenteando encosta abaixo entre a vegetação, ladeando um escarpado vale impenetrável. No chão, são visíveis rochas que ali foram colocadas há muitos anos e certamente que aquele trilho serviria as populações serranas para o acesso às pastagens de altitude situadas nos Prados. O trilho vai descendo, umas vezes de forma mais abrupta, mas sempre de percorrido fácil. Nesta altura atravessa dois cursos de água e vai terminar na Portela de Leonte junto do pequeno riacho na antiga zona de merendas onde apesar de ter uma placa de proibição de pic-nic os ignorantes continuam lá a parar os carros...
Este trilho permite assim realizar um percurso fantástico que se inicia na Portela de leonte e sobe ao Pé de Cabril pela encosta Oeste / Sul. Depois, pode-se seguir para o Cancelo e Prado Amarelo, e depois passar pelo Curral Velho. Aqui, pode-se optar por seguir para o Alto da Varziela e descer para a Mata de Albergaria pela Costa da Varziela ou então, do Curral Velho, descer a encosta poente do Rio Maceira em direcção à Ponte de Maceira, regressando em qualquer opção à Portela de Leonte.
Algumas fotografias...
Fotografias © Rui C. Barbosa
1 comentário:
Bem observado Rui!Parece ser um trilho interessante. É sempre uma boa sensação ir à descoberta de trilhos diferentes.
A víbora que vocês viram...será uma cornuda?
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