Assim, Ricardo Jorge fala-nos de paisagens conhecidas e das sensações que elas proporcionam começando por uma viagem entre Braga e as Caldas do Gerês...
O texto transcrito abaixo é mantido na sua forma original e com o português que era escrito em finais do Século XIX.
A Villegiatura e a Serra, por Ricardo Jorge
"(...)
As casas occupam apertada faxa entre o morro do spé da montanha e a margem esquerda do rio Gerez, que se despenha n'um leito inclinado de calhaus rolados: apenas algumas casas começam d'edificar-se na escarpa aprumada da margem direita. Grande parte das primitivas edificações do seculo passado foram apeiadas, a bem do aformosamento e da hygiene; subsistem ainda algumas, defronte dos antigos poços, com as suas longas varandas e as escadas exteriores de patamar.
A estrada atravessa as Caldas de lado a lado, dilatada em avenida. Passa rente da fieira dos Poços, que co o seu tecto pyramidal semelham capellas, e facejam-n'a os Hoteis, os edificios que mais avultam. São nada menos d'oito. Estrema-se entre elles o Grande Hotel Universal, vasta edificação em quadra, com o seu claustro ajardinado e jogos d'agua, grande sala de jantar, salão, gabinetes de leitura e jogo, illuminado a luz electrica, com todos os requisitos emfim d'um estabelecimento de primeira ordem, de que o Gerez póde ufanar-se. Mesa excellente, d'uma culinaria apurada, e sujeita à prescripções dieteticas mais meticulosas - serviço d'hospedagem desvelado - pharmacia e serviço pharmaceutico - consultorio medico - casa de banhos frios e thermaes, - tudo alli se congrega para a maior commodidade do hospede e do cliente.
O Gerez tem uma Estação telegrapho-postal de serviço completo, e Correio duas vezes por dia, pela manhã e de tarde. É a sede d'uma secção a guarda-fiscal e da circumscripção florestal do Gerez.
(...)"
Imagem cedida por Paulo Figueiredo
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