sábado, 25 de setembro de 2010

Borrageiro e Messe

Prados da Messe, 25 de Setembro de 2010

Não era para voltar ao Parque Nacional antes do final de Setembro. No entanto, o chamanento da montanha foi mais forte e lá fui numa curta saída de passagem pelo arco natural do Borrageiro e pelas planuras da Messe.

8h30, Portela de Leonte. Com os 8,5º C a manhã começava fria e com céu limpo. Sabendo que mais á frente seria necessário despir o agasalho, mas naquele momento a manga comprida sabia bem. O objectivo era atingir o arco natural do Borrageiro, ex-líris do Gerês antigo hoje quase esquecido e só recordado em velhos postais do início do século passado.

A subida foi-se fazendo com o olhar por cima do ombro para ver o Pé de Cabril. Será o local de uma actividade na qual irei servir de guia de montanha e como tal convém olhar para lá para descobrir os velhos trilhos. Rapidamente chegava a «meio» do percurso numa pequena zona plana que nos permite olhar para os dois lados da Portela de Leonte. Mirando o Pé de Cabril, ao lado esquerdo está o Vale do Rio Gerês que termina lá no fundo na Albufeira da Caniçada, do lado direito os segredos da Mata de Albergaria, mancha verde que domina o olhar limitada pelos recortes do Gerês e da queimada Serra Amarela com as torres do Muro na Louriça. Olhando  Ramisquedo ficou a vontade de um dia (re)descobrir os velhos prados perdidos naquelas encostas que abrigam velhos povoados.

Continuando a agora mais suave ascensão chegava ao Mourô e em pouco tempo estava já nas proximidades da Freza olhando para o Camalhão e para os Prados de Teixeira. Para chegar à Chã da Fonte seguiu-se um trilho diferente do habitual que apesar de mais curto requer um maior esforço físico. Continuando a subida em direcção à Lomba de Pau, flete-se para a direita e passando a fonte tomamos um velho trilho que nos conduz ao arco natural do Borrageiro.

Após as fotografias e a maravilhação com a paisagem envolvente, traçou-se novo objectivo seguindo para os Prados da Messe. Seguimos as Lamas de Borrageiras, Lomba de Pau e descemos para o Conho com a sua gigantesca pedra e prado peculiar. Cruzamos o Ribeiro do Porto das Vacas mais em baixo e passando ao largo do Curral da Pedra, entravamos nos Prados da Messe com o seu abrigo e a sua ruína.

Descanso merecido, almoço tomado, contemplada a paisagem e o silêncio à «sombra» das Albas, subimos o Lombo do Burro tendo por destino a Mata de Albergaria descendo a Costa de Sabrosa. O Cabeço do Cantarelo, um destino tantas vezes adiado, ficou como mais um destido de uma futura investida na Serra do Gerês. A descida da Costa de Sabrosa requer todo o cuidado e em pouco tempo estava junto do Centro de Recuperação de Animais Selvagens. Pela estrada nacional três futuros objectivos ficaram traçados: a exploração do vale da Ribeira do Forno, a exploração do vale da Ribeira de Maceira e a exploração de um outro acesso ao Mourô.

Algumas fotografias do dia...
Velha Casa Florestal da Portela de Leonte



Pé de Cabril
Panorâmica do Pé de Cabril e Serra Amarela
Prado do Mourô
Abrigo dos pastores do Prado de Mourô
Prado de Mourô
Camalhão e Vale de Teixeira desde a Freza

Arco natural do Borrageiro



Início da descida para o Conho. Ao centro o Borrageiro
Ribeiro do Porto das Vacas
Curral da Pedra
Prados da Messe

Prados da Messe



Velha ruína nos Prados da Messe e Albas.
Prados Coveiros e Cabeço do Cantarelo


Caos granítico na Serra do Gerês
Mata de Albergaria, Mata de Palheiros e Serra Amarela

Fotografias: © Rui C. Barbosa

2 comentários:

Luis Novais disse...

Há uns 20 anos fiz esse percurso, mas entrado pela cascata do arado. Pasei uma noite num pequeno abrigo de pastores no prado do Conho.
Um vezeiro que estava na Messe, contou-me que a ruina que fotografa era um antigo posto da guarda fiscal, ali colocado para dificultar a vida aos muitos contrabandistas que se faziam à raia.
Vou seguir este seu blogue, que descobri por causa do "Vê lá o que é que escreves" :)

Luis Novais

Rui C. Barbosa disse...

Caro Luís,

Obrigado por passar por cá e por partilhar essa experiência no Gerês.

De facto, essa é uma das explicações para a existência da ruína. Há também quem diga que foi construída para um dos últimos nossos reis (escapa-me agora o nome) fazer uma caçada no Gerês. Felizmente, nunca a terá utilizado.

Cumprimentos!