Rostos mineiros

Perdidas no tempo, estão as memórias daqueles que encontraram nas Minas dos Carris o seu sustento e, talvez, a sua fortuna... no final a miséria. A época do volfrâmio em Portugal está cheia de histórias daqueles que enriqueceram da noite para o dia e dos mesmos que em pouco tempo queimaram, literalmente, fortunas.


Muitas são as histórias dos que fumavam cigarros feitos com mortalhas de 500$00 ou a história de um homem que, tendo ganho uma fortuna com o volfrâmio dos Carris, se dirigiu ao Hotel João XXI em Braga e no restaurante pediu uma garrafa de champanhe e uma rosca de pão-de-ló. Só num país com uma miséria extrema, seria possível alguém fazer um pedido destes vestido no seu melhor fato dominical.


Dos rostos destes homens ninguém se lembra e mesmo as fotografias da época retratam expressões incógnitas e desconhecidas.


Esta será uma série de entradas neste blogue na qual serão mostrados os «rostos mineiros» dos Carris. Não serão necessariamente mineiros, mas sim as imagens de todos aqueles que um dia cruzaram caminho com as alturas serranas que escondiam no seu ventre o sustento de uma época.


Seria interessante se alguém fosse capaz de identificar algumas das pessoas que aqui serão retratadas.


Fotografia: © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa