terça-feira, 26 de agosto de 2008

O fim das concessões mineiras em Carris (I)

Carris, 30 de Dezembro de 1986

Em certo dia tive a oportunidade de visitar a sede do Parque Nacional da Peneda-Gerês em Braga e após alguns minutos sai de lá com uma pergunta à qual aparentemente descobri a resposta escondida em vários documentos que marcam o fim das concessões mineiras em Carris.

Estranhava o facto de haver entre os funcionários do parque nacional uma opinião tão negativa acerca das Minas dos Carris! Na altura perguntava-me o porquê de tal acontecer? Após ler alguns documentos e pareceres datados de 1987, fico com a impressão que existe como que uma posição de arrogância de alguns funcionários mais antigos, uma arrogância que se ganha quando se tem uma vitória numa luta travada numa altura em que a preservação do ambiente não parecia aceitar limites. Isto não quer dizer que eu seja a favor de uma reabertura das minas, é óbvio que não (!) e deduzir isso destas palavras só vem confirmar a posição radicalmente endémica que assume. Infelizmente, na pressa de se impedir as concessões, o Parque Nacional não foi capaz de pensar em destino melhor a dar às estruturas que sobraram da exploração mineira e numa atitude a que já nos habituou, deixou que a degradação tomasse conta dos Carris. Como em tudo o que corre mal neste país, quem tomou uma decisão errada nunca será penalizado por isso...

Assim, para muitos nas secretarias do parque nacional, Carris é local proscrito... uma zona que deveria ser varrida do mapa (tal como tem vindo a ser) e que deveria ser deitada aos abismos do esquecimento... até que alguém se lembre de novo...

Este é então um debate que se iniciou em Dezembro de 1986 quando é solicitada ao então Secretário de Estado da Industria e Energia, a suspensão da lavra para 1987 tal como se pode ler no documento em cima reproduzido...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

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