quinta-feira, 11 de novembro de 2021

318... Pelas Minas dos Carris e uma grande jornada geresiana

 


Estes dias de um Outono atípico proporcionam a oportunidade de se fazer grandes jornadas pela Serra do Gerês numa altura onde os tons de luz quase que nos transportam para outras paragens. Mas não! Esta é mesmo a Serra do Gerês com as suas múltiplas paisagens em diferentes épocas do ano.

A luz de Outono torna as sombras em longas projecções pela paisagem que se transmuta de forma rápida com o passar das horas. Correndo apressado pelo céu, o Sol de Outono ajuda a aquecer a alma e esta espanta-se com os cenários que vai observando à medida que o dia se encurta e as sombras mais se espreiam pelas fragas.


Esta longa jornada levou-me às Minas dos Carris caminhando silenciosamente pelo Vale do Alto Homem tendo apenas por companhia o murmúrio do rio no leito do vale. De regresso, segui pelos Currais de Lamas de Homem, descendo o Quelhão à vista de Maceiras e entrando nos Cocões do Couçolinho (Coucelinho, Concelinho). Aqui, tomei o velho carreiro que me levaria às imediações das velhas ruínas da Mina de Borrageiros e depois para Cigarra e Corga das Mestras. Pelo caminho a magnífica paisagem dos currais do Couço (Couce) e dos lagos glaciários (Lagoa e Lago Marinho) tendo como fundo a Roca Alta.

Na Cigarra esperava-me o tronco seco do Pinheiro da Cigarra que - felizmente - ainda tive oportunidade de o ver com vida. Agora, vítima de um incêndio florestal, resta apenas um tronco seco e cadavérico. Resta a satisfação de ver que a paisagem em torno do velho pinheiro vão surgindo outros para relembrar o velho guerreiro da serra.

Deixando a Cigarra e a Corga das Mestras para trás, segui em direcção à Corga de Arrocela e depois à Corga de Valongo / Corga de Cambeiro, ladeando o Cabeço de Valongo. Aqui a paisagem afunda-se numa imensidão de rocha nua e ao longe os contornos de Rocalva e Roca Negra indicam o caminho a seguir. Neste dia, uma coluna de fumo elevava-se no céu azul resultado de uma queimada controlada que irá permitir que no Verão a vezeira possa alimentar os seus animais sem que estes se afundem num mar de carqueja e tojo.

Passando «abaixo» do Curral de Premoim, o caminho leva-nos ao Rendeiro e depois à Água da Pala, chegando então aos Prados da Messe. A parte final da jornada - já com o Sol a esconder-se por detrás do Pé de Cabril e a iluminar com tons de fogo o Vale do Rio Homem, a Mata de Albergaria e as vertentes dos gigantes graníticos de Corno Godinho, Pé de Medela e Carris de Maceira - foi feita passando pela Lomba de Burro, Lameira das Ruivas e Costa de Sabrosa.

Ficam algumas fotografias do dia...






































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

3 comentários:

sketes disse...

Boa tarde, tem o track deste percurso?

Rui C. Barbosa disse...

Olá,

Não costumo gravar os percursos.

Joaquim Nunes disse...

Gravou em fotografia....