As recentes notícias que dão conta da possibilidade da caça ao lobo ibérico vinda da boca do Secretário de Estado da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, vêm mais uma vez levantar o véu sobre a incompetência e a total ausência de realidade por parte da nossa governação em matéria ambiental e da protecção do meio ambiente e do meio natural, criando crispações entre as populações e aqueles que pretendem preservar a Natureza de forma equilibrada.
Segundo Miguel de Castro Neto, citado pelo Jornal PÚBLICO "Secretário de Estado admite caça ao lobo ibérico se a população crescer muito", uma das medidas para travar o suposto crescimento da população do lobo ibérico em Portugal, seria a abertura da caça a este animal para assim travar o suposto aumento da sua população.
Afirmações destas só vêm em linha com os fortes lobbies da caça instalados em Portugal e em linha com a profunda incompetência do Governo que ainda em Janeiro de 2015 afirmava possuir 57 milhões de euros ("Governo tem 57 milhões de euros para proteger rebanhos dos ataques dos lobos").
O Estado é rápido em afirmar que a caça é uma possibilidade para limitar o número de indivíduos desta espécie protegida por Lei, mas pouco faz para punir os caçadores que abandonam os seus animais no meio das serras e dos campos de caça em Portugal. O Estado é limitado na punição daqueles que violam a Lei, caçando em áreas protegidas como a fotografia em baixo revela. O Estado é limitado na punição daqueles que espalham armadilhas e carne envenenada pelas serras, mas persegue aqueles que somente pretendem desfrutar da Natureza sem a matar. O Estado limita a acção dos Vigilantes da Natureza reduzindo o seu número nas áreas protegidas, mas aumentando as suas áreas de acção e impossibilitando uma vigilância eficiente.
O Estado, na sua limitação, é sempre forte com os fracos e fraco com os fortes, mais uma vez vergando-se aos interesses de lobbies daqueles que «amam» a Natureza, destruindo-a.
Portugal à muito que desistiu da preservação da Natureza, tendo apenas área protegidas de fachada que não resistem à investida dos interesses que se instalam.
No fundo, o resultado não podia ser outro num país governado por idiotas. Em Portugal há já muito tempo que a população deste tipo de políticos e governantes, ultrapassou o limite... talvez seja tempo de os começar a caçar!
Imagem: Pedro Cunha / Arquivo (PÚBLICO)
Imagem: Autor devidamente identificado
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