domingo, 10 de setembro de 2023

Trilhos PNPG - Uma volta botânica pelo Trilho da Preguiça

 


Trilho da Preguiça percorre a Encosta do Arnado, sobre a vertente esquerda do vale de falha do Rio Gerês. Além dos aspectos gerais do percurso, este decorre em parte do antigo caminho que em tempos ligaria Vilar da Veiga (e as Caldas do Gerês) às zonas mais elevadas da Serra do Gerês ao percorrer o Vale do Rio Gerês.

Não foi a primeira vez que segui este percurso, mas desta vez fiz algo diferente. Os ‘smartphones’ permitem-nos a utilização de aplicações que nos ajudam a compreender melhor diversos aspectos relacionados com as actividades que realizamos. Se numa caminhada nocturna podemos conhecer melhor o que vemos na esfera celeste com aplicações de astronomia, outras aplicações permitem-nos identificar os cumes nas paisagens pelas quais caminhamos. Da mesma forma, outras aplicações podem ajudar na identificação do cantar dos pássaros ou na identificação de plantas.

Foi uma destas aplicações que utilizei nesta pequena caminhada. Denominada "Pl@ntNet" (disponível ‘on-line’ e para Android), esta é uma ferramenta para ajudar a identificar plantas com fotografias, melhorando a nossa experiência na exploração do entorno no qual nos encontramos e com a qual podemos partilhar as nossas observações de plantas selvagens. De forma geral, acho uma ferramenta fiável, se bem que por vezes os resultados poderão parecer estranhos e como tal devem ter, mais tarde, a confirmação de um especialista. De qualquer das formas, é uma ferramenta interessante. 

Assim, rumei então ao Trilho da Preguiça, cujo folheto pode ser obtido aqui e o seu percurso aqui.

Este pequeno, mas interessante e bonito percurso, pretende proporcionar ao visitante não só um contacto direto com a natureza, mas também, despertar o sentimento de pertença à comunidade envolvente e estimular a vontade pelo saber. É nesta grande diversidade de coberto vegetal que reside o principal interesse desta região. Por um lado, preserva formações vegetais com uma diversidade de espécies e uma estrutura relativamente próximas da vegetação primitiva que cobria toda a região – o carvalhal. Por outro, apresenta outras formações vegetais que evidenciam o impacte de atividades humanas, nomeadamente a agricultura, a pastorícia, a produção florestal, o fogo e a introdução de espécies exóticas sobre a cobertura vegetal original.



Fiz o percurso iniciando a caminhada para Sul. O carreiro vira a Nascente e percorre as imediações da Casa Florestal da Preguiça antes de iniciar a subida da Encosta do Arnado através dos velhos caminhos dos Serviços Florestais e de carreiros criados para o percurso em questão. Em breve, atravessamos o Ribeiro da Laja e continuamos a subir por um frondoso carvalhal, memória do antigo coberto vegetal da Serra do Gerês. O percurso vai continuar encosta acima, oferecendo uma interessante perspectiva do espigão Sul do Pé de Cabril e da Costa de Istriz e do Maninho.

Após atingir o seu ponto mais elevado por entre grandes blocos de granito, o percurso inicia a sua descida que nos levará às proximidades do Rio Gerês e ao antigo caminho que ligava as Caldas do Gerês à Portela de Leonte. O caminho vai-nos levar a atravessar o Ribeiro da Cantina e a velha calçada portuguesa antes de chegar ao abrigo pastoril (forno pastoril) do Curral de Mijaceira. Continuando o percurso, iremos passar uma velha ponte sobre o Rio Gerês e mais adiante chegamos à base da Cascata de Leonte.


Na Cascata de Leonte o PR10 TBR inverte o sentido, percorrendo a distância anterior até encontrar o sinal que nos indica uma viragem à direita, descendo para mais próximo do Rio Gerês. Antes de chegar à margem do rio, passamos pelo enigmático Curral da Laja e continuamos a descer até chegarmos à Cascata da Laja. O final do percurso fica então a poucas centenas de metros.

Sendo um percurso circular, o caminho leva-nos ao ponto de partida, podendo ainda fazer um curto desvio até ao Miradouro da Preguiça e apreciar a paisagem do Vale do Rio Gerês até à albufeira da Barragem da Caniçada.


Pereira brava (Pyrus cordata Desv) e Azereiro (Prunus lusitanica L)



Medronheiro (Arbutus unedo L) e Azevinho (Ilex aquifolium L)


Platano bastardo (Acer pseudoplatanus L) e Gilbardeira (Ruscus aculeatus L)


Teixo (Taxus baccata) e Carvalho negral (Quercus pyrenaica Willd)


Pereira brava (Pyrus cordata Desv) e Carvalho roble (Quercus robur L)


Abeto de Douglas (Pseudotsuga menziesii (Mirb) Franco)

























Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

1 comentário:

Francisco Ascensão disse...

Parece-me interessante esta aplicação, obrigado pela dica!