quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Trilhos seculares - Redondelo e Prado

A presença do Homem nas serranias que compõe o Parque Nacional da Peneda-Gerês remonta de há milhares de anos, como atestam os inúmeros vestígios da ocupação humana. Mais recentemente, o pastoreio e a alteração da paisagem pela revolução agrícola, moldaram essa mesma paisagem, consumindo-a com as suas necessidades.

No último século, o abandono da pastorícia e a alteração de hábitos, levam a que as marcas da presença do Homem se vão dissipando; os caminhos vão desaparecendo, os campos estão abandonados e os velhos abrigos vão-se perdendo nas brumas de uma História cada vez mais esquecida.

Os carreiros seculares que traçam as encostas serranas vão sendo escondidos pela vegetação que volta a reconquistar um espaço que era seu... pelo menos enquanto os fogos criminosos não alteram de novo a paisagem.



De tempos a tempos, percorro carreiros já conhecidos como foi o caso neste dia. Saindo do Campo do Gerês e tomei o traçado do Trilho da Águia do Sarilhão durante algumas centenas de metros até chegar junto do antigo ponto de observação da Fraga do Sarilhão que fazia parte do desactivado Trilho das Casarotas. Neste ponto, flexão à direita serra acima, tomando um carreiro que me leva até perto da parte superior da Fraga do Sarilhão e daqui, para a Fraga de Cima. A paisagem é magnânima com as vertentes Sul da Serra Amarela iluminadas pelo Sol da manhã e o azul escuro das águas da albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas a marcar presença na paisagem. Esta, não fica completa enquanto o olhar não abrange o Campo do Gerês e a bela Veiga de S. João, ambos enquadrados pela Picota e pelo Pinhote. Uma verdadeira ode à Natureza!

O sinuoso carreiro vai-me fazer entrar no Covelo e curiosamente, os restos do pequeno «nevão» da noite anterior vão resistindo ajudados pelo ar frio da manhã. De facto, as vertentes das Mesas estão polvilhadas de neve que faz-se notar pelas partes mais sombrias do caminho. Ladeando o Redondelo, chego ao Covelo de Cima e daqui rumo ao Prado, local de paragem para o almoço.



Após a paragem, sigo na direcção da Fenteira do Prado e daqui para a Manga da Tojeira e Vale do Meio, chegando então à Fonte de Junceda que infelizmente não brotava água, tendo de me «socorrer» do tanque ali nas proximidades. Passando a Casa Florestal de Junceda, tomei então o traçado da Grande Rota da Peneda-Gerês para me dirigir ao ponto de partida, passando pela Chã de Junceda e mais tarde pelo Salgueiral.

Ficam algumas fotografias do dia...








Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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