quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O badalhoco


Pensei que em tempos já terei utilizado este título, ou algo semelhante, para uma pequena crónica neste blogue. Há falta de melhor, e imbuído numa perene falta de palavras, irei dissertar sobre a fotografia que acompanha este texto.

Ora, tal retrato mostra-nos uma abandonada panela que centraliza um espaço queimado onde antes terá ardido o fogo de Vulcano. O seu calor terá certamente aquecido e feito ebuluir saboroso repasto, tal bem merecido após estafante carga de metal até aquele canto do paraíso.

O esforço terá sido sobrehumano e mesmo com e corpo alimentado, a alma, ou que resta dela, não foi capaz de tomar a sábia decisão de recolher formosa panela e removê-la daquele lugar.

Sabemos nós que os Guardas da Natureza não podem estar em todo o lado, o próprio Estado encarrega-se disso, mas este verdadeiro badalhoco merecia um encontro imediato.

Diz-se que é a moda. É a moda dos passeios ao ar livre e que o ar e a Natureza devem estar livres para todos. Estes, são os remendos com os quais temos de aguentar. O problema é que na verdade, esta não é a excepção à regra, esta é a regra e de quando vez lá aparecem umas excepções.

Fotografia © Paulo Figueiredo (Todos os direitos reservados)

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