terça-feira, 11 de outubro de 2011

Trilhos seculares - De Vilarinho à Louriça

Descer a encosta da Serra Amarela entre a Louriça e Vilarinho da Furna foi uma das primeiras caminhadas que realizei no Parque Nacional da Peneda-Gerês em anos já há muito idos e no tempo em que ter uma mochila com ferros de fora e um banquinho para um se sentar, é que era ter uma mochila boa... mesmo que depois de cinco minutos com ela às costas ficássemos intrigados porque as costas nos doíam.

Hoje voltei ao mesmo caminho, ou pelo menos à parte que me lembrava, pois já não por ali passava desde o século passado... literalmente!

Manhã fria à sombra, esperava-nos um dia de torreira ao inclemente Sol de Outono, qual Verão fora de horas com as previsíveis consequências. Lá no alto, muito eram os incêndios que víamos por estas serras... mesmo que não aparecem nas estatísticas da Protecção Civil ainda viver tempos do filosofo...

Iniciamos a jornada junto da Barragem de Vilarinho da Furna e em pouco tempo passávamos pela aldeia mártir. Daqui, foi enveredar serra acima....havia muito que subir! Passado o Porto das Furnas e atravessado o Rio de Furnas, caminhávamos por um caminho lajeado feito à força de braços pelos habitantes da aldeia que um dia viu-se inundada pelas águas do progresso. O caminho envereda por uma corga que nos leva ao Fundo do Peito da Rocha e depois através das Toutas até às Peijoqueiras... é tão bom saber todos estes nomes olhando para uma carta topográfica... Com o calor a aumentar e com a brisa da montanha a tardar, avistamos ao longe a nuvem de fumo de um incêndio escondido do país. O parque nacional está a arder e ninguém se interessa por isso... Mas também é difícil se interessar por uma coisa que se desconhece, compreensível...

Nas Peijoqueiras surgiram-nos duas opções: a mais fácil seria seguir em direcção ao Ramisquedo e daqui enveredar para a Louriça através de um caminho relativamente fácil; a mais difícil seria seguir aquela mariola, ali a uns 200 metros e que parece que nos leva mesmo lá cima... Bute, monte acima! É claro que não demorou muito a compreender que o regresso não seria por ali... Caminhando ao longo do velho muro de pedra solta, chegamos a custo de pernas ao cume... à Louriça, depois de passar pela Fonte do Muro (bah!). Nesta altura, a coluna de fumo do incêndio era imensa, como um cogumelo disforme no céu azul...

Depois do repasto, regressamos a Vilarinho utilizando algumas centenas de metros do estradão e flectindo à direita quando descíamos passamos perto do Ramisquedo, baixando então para as Peijoqueiras e seguindo o trilho em sentido inverso.

Algumas fotografias do dia...







































Fotografias © Rui C. Barbosa

5 comentários:

Joao Dias disse...

Tinha deixado o telefone no trabalho...tive pena!mesmo assim, obrigado!
Abraço,
João Dias

Rui C. Barbosa disse...

Foi mesmo pena, foi uma boa caminhada!

Sexta-feira vamos para a Peneda!

@guia-real disse...

Belíssimas fotos! imagino o calor!
abço!

Rui C. Barbosa disse...

Sim, muito calor e o ar muito seco (se bem que havia muita água na Amarela).

joca disse...

Esta zona e a zona alta da serra do Gerês são as minhas preferidas no PNPG. Adoro fazer a cumeada entre a Louriça e as Casarotas e adoro descer a olhar para Vilarinho. Só que não passo lá desde o incêndio e é triste olhar para as fotos.