quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Revista Passear n.º 7


Está já disponível a mais recente edição da Revista Passear. Entre vários artigos poderão encontrar um artigo de opinião meu sobre o PNPG e o seu potêncial.

A revista está disponível aqui.

Fotografia © Revista Passear

8 comentários:

Alice Lobo disse...

Parabéns pelo artigo, apesar de não concordar contigo na totalidade.
Penso que deve existir taxas, avaliações e controlo das visitas na zona de protecção total, principalmente numa 1 fase, de forma a descentralizar os visitantes e preservar algumas áreas, por vezes não podemos ser tão liberais como gostaríamos, porque as pessoas só acordam para uma realidade e começam a respeitar quando não tem condições ou acesso para as adquirir, numa 2 fase penso que esse controlo e taxas deveria diminuir, infelizmente algumas pessoas só aprendem com tratamentos de choque não adianta muita teoria.
Quando escreves e colocas fotos (carros na estrada) tens um sentimento de proteger uma zona que tu muito bem conheces e que adoras, sentes como se fosse a tua casa, por isso mesmo o Post . Imagina o sentimento daqueles que vivem no PNPG e vêem a sua área a ter inúmeras restrições desde habitação etc . Assim como ser “ invadidos” por pessoas que tu nem conheces, a fazer barulho etc, Acredito que o pagamento das taxas seja o “menor dos males” para os habitantes, e se tu crescesses numa aldeia do PNPG talvez entendesses.
Cumprs

Rui C. Barbosa disse...

Quando virá o dia em que estaremos de acordo? :)

Alice, compreendo o que dizes sobre as taxas, porém... As taxas são injustas. Elas não resolvem qualquer problema, só o agravam. O objectivo das taxas nunca foi o de controlar ou diminuir o número de pessoas nas áreas protegidas (em plural, porque o problema não se limita ao PNPG). Veja-se o exemplo da taxação do acesso à Mata de Albergaria; ela não diminui o número de automóveis que por lá passam e se esse fosse o verdadeiro objectivo, então a taxação far-se-ia 24h sobre 24. Ao se pagar a taxa paga-se um serviço administrativo, nada mais. Esse dinheiro não fica no PNPG e tenho muitas dúvidas se ficará no ICNB, perdendo-se num qualquer buraco administrativo / financeiro do Estado. Repara, eu não me importava de pagar uma taxa de acesso à Mata de Albergaria se esse dinheiro revertesse para a melhoria daquele lugar, mas o que tu vês não é assim. O dinheiro é logo enviado para Lisboa; os buracos na estrada são reparados um dia antes do período de taxação; a Geira Romana é recuperada pelas populações locais; etc.

O problema não é querer ser liberal. Não acho que devam andar multidões nas áreas mais sensíveis do PNPG. Mas acho que o PNPG, e todas as outras áreas protegidas, devam respeitar quem os visita e quem lá mora.

O problema de as aldeias serem «invadidas» não se limita às aldeias e aos lugares do PNPG, acontece assim em qualquer ponto que é uma atracção turística e esse é um «problema» que esses lugares têm de se «habituar a viver». Se no teu ponto de vista é uma «invasão», no ponto de vista de um comerciante ou de um hoteleiro é uma oportunidade de negócio.

Alice Lobo disse...

Estou de acordo mas não na totalidade já é um inicio… :)
A taxa da Mata de Albergaria também é muito discutida mesmo entre os concelhos (PNPG), durante muitos anos tb os residentes do PNPG pagaram, excepto os habitantes de Terras de Bouro mas estes podiam visitar qualquer zona e não pagavam, este ano chegaram ao consenso que todos os residentes do PNPG deixam de pagar essa taxa, mas pessoalmente não concordo desse pagamento seja para visitantes ou residentes não vejo soluções, não é por 1.50 que as pessoas diminuem as visitas naquela área agora não acredito que as pessoas paguem 152 como quem paga 1.50 Essa taxa iniciou-se com boas intenções mas tornou-se um ciclo vicioso pouco claro, concordo contigo.
Agora avaliações, controlo ou taxas neste momento é necessário o problema não é esse, é saber que quem o faz o faça correctamente e que não colabore para o “aumento da corrupção” mas isso não consegues ter controlo em nenhuma gestão financeira do estado, era necessário sim que os presidentes de junta de freguesia e câmara se interessassem por todos os assuntos, e não só por aqueles que lhes são “generosos” e divulgassem a gestão desse valor . O sentimento de “ Invasão” que falei é exactamente o mesmo do teu post anterior.

joca disse...

“Then they came for the Catholics, and I didn’t speak up, because I was a Protestant. Then they came for me, and by that time there was no one left to speak up for me.” - Martin Niemöller
Ainda não consegui ler o teu artigo, mas não quero deixar de corrigir pela enésima vez a ideia perigosa de que as taxas são "para os outros, os que andam pela protecção total". Seja na versão citada ou na do Bertolt Brecht, "primeiro levaram os comunistas" - mais conhecida, permanece o enorme erro de pensar que as autorizações apenas se aplicam para determinadas zonas do PNPG. Só que não é assim. Não o é porque há ainda um critério de nº de visitantes, mas porque ao POPNPG falta ainda a carta de desporto de natureza. Quando ela estiver publicada tudo que não nela estiver previsto passa a obrigar a autorização e logo será taxado. Talvez aí muitos acordem para o problema. Autorizações (controlo) e taxas deviam ser uma coisa diferente, mas a leitura do ICNB não as separa. Tudo porque quando há falta de dinheiro os princípios de educação ambiental e todos os outros belos enunciados da legislação ambiental ficam esquecidos. Continuem a achar que as taxas é com os outros...

Alice Lobo disse...

Rui quando falas da recuperação da Geira Romana e outros , os sapadores florestais tem essa função cabe aos responsáveis e juntas de freguesia elaborarem os planos, infelizmente muitas equipas poderiam fazer muito mais durante os 7 meses excluindo os meses de “verão”.
Cumprs

Alice Lobo disse...

Joca numa linguagem muito simples, porque é o que eu sou, por um lado és um incentivador ao turismo e quanto mais melhor, mas depois não aceitam as Taxas nem o Controlo, querem fazer o que lhes apetece, essa teoria é muito antiga. Entretanto, não sou uma incentivadora para o aumento de visitantes e defendo o controlo e taxas para residentes e visitantes.
Cumprs

joca disse...

Alice Lobo, sem querer abusar do espaço do Rui devo dizer que estás muita enganada quando "ao querer fazer o que me apetece". O que penso sobre isso está escrito e difere bem da tua simplificação. Controlo é uma coisa, taxas são outra coisa. Quanto ao resto o melhor é não esquecer que "quando vieram por mim..." também se aplica em outros contextos. Quando as aldeias tiverem perdido ainda mais população, quando a junta de freguesia estiver a kms, quando não houver escolas, correios, comércio ou outros serviço. Quando nas aldeias já nem os mais velhos possam viver, quero saber se continurás a pensar assim. Eu felizmente tenho a sorte de, nas aldeias e lugares que cruzo, encontrar pessoas que me fazem sentir bem vindo. Pessoas com quem gosto de falar para saber mais sobre o local, pessoas com as quais no final de uma caminhada possa ficar a saborear um bocadinho da sua companhia. Raramente me senti um "invasor", se é que alguma vez me senti assim.

Alice Lobo disse...

Quando eu falo em nº de visitantes falo de multidões, não de grupos ou Indivíduos, (turistas) que tem interesse pela natureza, historia e tradições locais. As aldeias do PNPG perdem população por vários factores, assim como todas as aldeias do interior e não porque vai existir uma taxa para usufruir de uma zona de protecção total em 2012 ou ???? .
Achas que os Habitantes em especifico os jovens da aldeia da Peneda por exemplo tiveram muitos benefícios nos Anos 80/90 quando eram estudantes ou a que horas tinham transporte escolar de volta a casa … Já que a crise só começa agora para as aldeias do interior.. Não me parece que Adm. PNPG seja culpada da diminuição de freguesias e fecho das SAP, escolas primárias ou correios, assim como não vejo onde a multidão que se instala na Mata da Albergaria contribuía para o desenvolvimento de todo o PNPG e não de um local especifico ou concelho.
Cumprs