quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Mistério pelos Carris... (III)

Carris, 28 de Novembro de 2007

Tentar escrever uma história que aos poucos vai vendo a luz do dia e tentar explicar algumas das peculiaridades que existem pelas Minas dos Carris é sempre um trabalho de quase adivinhação. O facto de se analisar aquilo que se vê no terreno e tentar interpretar a utilidade de certas estruturas em Carris, vão-se levantando hipóteses mais ou menos plausíveis sobre essas estruturas.

Nas duas entradas anteriores com o mesmo título, tentei interpretar a utilidade de certas construções rudimentares que se podem encontrar perto do marco geodésico dos Carris na Serra do Gerês, e mais precisamente perto da zona do Salto do Lobo. Nessa altura levantei várias hipóteses para a finalidade dessas construções, entre as quais afirmava poderem ter servido como primeiro abrigo para os primeiros homens a explorar o minério de volfrâmio naquela zona. Obviamente que são sempre hipóteses e talvez nunca saibamos na realidade qual o seu objectivo, pois deverão restar poucos daqueles que lá procuravam o ouro negro nos longínquos primeiros anos da década de 40 do século passado.

A exploração mineira nos Carris passou para uma fase mais 'industrializada' com o aparecimento da Sociedade Mineira dos Castelos Lda. que acabou por adquirir as concessões aos dois grandes adversários que em 1941 / 1943 lutavam pela posse do Salto do Lobo. Mais tarde, surge a Sociedade das Minas do Gerêz Lda. que transforma Carris numa exploração mineira semelhante às grandes explorações da Borralha ou mesmo da Panasqueira, mas numa escala mais pequena.

A seguinte fotografia foi cedida por familiares de José Rodrigues de Sousa, um dos sócios fundadores da Sociedade Mineira do Gerêz Lda., e mostra o que parece ser dos primeiros, senão mesmo o primeiro, acampamento dos operários que iriam construir os edifícios das Minas dos Carris. Esta fotografia tem um valor incalculável na História das Minas dos Carris. Certamente que nesta fase existiriam já na zona edifícios mineiros mais robustos, porém a quantidade de edifícios era insuficiente para albergar a massa humana que seria necessária para construir os edifícios que agora estão em decadente ruína devida a uma incompetente avaliação de prioridades.
Fotografia: © Rui C. Barbosa

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa

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