terça-feira, 25 de janeiro de 2011

162... Carris, por trilhos seculares (I)

Carris, 24 de Janeiro de 2010

São dias para aproveitar! Por entre o vento frio no alto da montanha, por intervalos de bonança onde silêncio nos invade o ser no meio de um quadro bíblico-paradisíaco de céu azul, pequenos riachos e escarpas que recortam a paisagem. Foi uma caminhada entre a Lagoa do Marinho e as Lamas de Homem; entre os Cocões do Concelinho e a Lamalonga; entre Carris e o Couce, com as Minas do Borrageiro à vista guardadas pela imponência do promontório granítico que marca a paisagem como uma gigantesca mariola.

Foi caminhar por trilhos seculares, regatos gelados, um frio cortante e um vento que nos castiga a pele, como numa vingança que não compreendemos. Foi caminhar com o avistar do javali, da cabra selvagem que povoa os píncaros serranos como um novo guardião altaneiro. Foi o descobrir novos caminhos, seguir barrancos, percorrer largos planícies e parar no bordo da moldura do quadro pintado da mão Natureza...

...e foi passar novamente por Carris... por entre as suas ruínas, monumento silêncioso ao esquecimento humano, ao desprezo pela sua obra, à renegação do passado e da herança que marca uma paisagem que aos poucos vai reclamando o que em tempos foi seu.

E chega de prosa... ficam as mil palavras por cada imagem...












































Fotografias © Rui C. Barbosa

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