terça-feira, 20 de setembro de 2022

Trilhos seculares - Subida ao Pé de Cabril

 


A caminhada e posterior subida ao Pé de Cabril, montanha icónica da Serra do Gerês, proporciona uma verdadeira sensação de jornada de montanha e de conquista das alturas, sem nos aventurarmos muito profundamente nas serranias do Gerês.

De facto, o percurso é curto - cerca de 5 km em ida e volta pelo mesmo trajecto - e o desnível positivo chega a superar os 400 metros. A caminhada começa na Portela de Leonte (podendo também iniciar o percurso a partir da Casa Florestal de Junceda) e toma um caminho florestal por detrás do edifício tristemente abandonado. No início, podemos apreciar o monumento a Arthur Loureiro - pintor portuense e amante do Gerês que faleceu naquelas paragens.

O caminho inicia com uma pequena subida que nos permite desde cedo apreciar a bela paisagem que se estende pelo vale em direcção à Mata de Albergaria desde o Curral de S. João do Campo. No lado Nascente do vale, erguem-se os altos do Pé de Medela, Carris de Maceira e Corneda, além das encostas escarpadas do Cântaro que descem para o Vale do Rio Maceira. 


Após caminhar algumas centenas de metros pelo caminho florestal, tomamos um carreiro mariolado à nossa esquerda que, subindo a encosta, nos levará até à Portela do Confurco com a sua grande mariola, e daqui seguimos ligeiramente à esquerda para a vertente superior da Corga D'reita (Corga Direita). Por esta altura, a Serra Amarela já nos surgiu das profundezas do horizonte e domina-o, com o seu Alto da Louriça e Muro. Lá no fundo, a albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas mantém-se num nível baixo.

Ao percorrermos o carreiro que nos leva à base dos espigões do Pé de Cabril, vamos apreciando a forma como as montanhas geresianas de avolumam no horizonte, ao mesmo tempo que apreciamos o Prado Marelo e o Curral do Tirolirão, numa linha visual que mergulha no profundo verde da Mata de Palheiros.

O carreiro vai subindo até atingir a vertente Nascente dos espigões do Pé de Cabril e flectindo à direita, inicia uma inclinada subida que nos fará passar pelas vicissitudes dos grandes blocos de granito que a certa altura formam um curto túnel pelo qual temos de rastejar para prosseguir a marcha que nos levará às pequenas ferratas que dão acesso aos dois cumes. Nestes pontos, todos os cuidados são poucos, pois o acesso a estes é feito já na vertente dos abismos que se abrem para as profundezas do vale, sendo assim pouco recomendáveis a quem tem uma certa atracção pelo vazio ou tendências vertiginosas.

O regresso é feito em sentido inverso para a Portela de Leonte.









Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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