Há já muitos anos aqui e aqui, tentei saber algo mais sobre os topónimos Geresianos de Admeus e Adpropeixe.
Fica aqui uma tentativa de explicação destes nomes por parte de José Cunha-Oliveira no seu blogue toponímia galego-portuguesa e brasileira:
Desafia-me Rui C. Barbosa para esclarecer a origem dos topónimos Admeus e Adpropeixe, em Vilar da Veiga, Terras de Bouro, região da serra do Gerês. conheço bem a região, mas não encontro caminho andado que me permita chegar seguramente ao significado dos referidos topónimos.
Posso tentar uma proposta de "decifração". admitamos que Admeus e Adpropeixe estão pela forma "A de Meus" e "A de Propeixe", formas vulgares na toponímia para designar "a [aldeia] de...". nesse caso, resta-nos "decifrar "Meus" e "Propeixe". Quanto a "Propeixe", parece admissível a evolução a partir de um antropónimo "Propitius" (Propício) na forma genitiva "propitii". referir-se-ia, assim, a uma aldeia, herdade ou território que teria pertencido a alguém com esse nome, "Propício". Teríamos de admitir, no entanto, um duplo genitivo, já que Propitii já quer dizer "[propriedade] de Propitius". mas isso é relativamente comum. significaria, simplesmente que a forma "Propeixe" estava já estabilizada quando lhe foi acrescentado o indicativo "a de".
Quanto a "Meus", a interpretação é mais difícil, podendo apenas admitir-se uma relação com a apicultura e a extração de "mel".
Que a significação destes lugares se relacione com propriedades rústico-agrícolas em tempos remotos não me parece nada de extraordinário, tanto mais que no século XIII era já essa a vocação atestada daquele território.
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