Os céus rasgam-se recortados de um branco eléctrico com o clamor dos deuses a ecoar pelas serranias
Das alturas esmagam-se as lágrimas da tua ausência, inundando os espaços vazios do meu ser
Estou deitado num leito negro e o quarto é inundado pela tépida luz de um candeeiro a petróleo
Apesar da chuva, está um calor que humedece a pele e entorpe a alma
Os relâmpagos vão projectando momentâneas sombras pelas paredes e entre os armários... os objectos imóveis parecem ganhar vida numa fracção de segundo...
É uma chuva de Verão e o céu ralha a ignomínia
Contemplo tudo isto sobre a mortalha da solidão, escrevendo estas frases soltas.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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