quinta-feira, 21 de abril de 2016

Ruiu o Hotel Parque nas Caldas do Gerês


O colapso das ruínas do velho Hotel Parque, nas Caldas do Gerês, era algo que se aguardava há já vários anos.

Esta clássica unidade hoteleira estava abandonada aos elementos e a sua degradação nos últimos era evidente a quem passava nas suas imediações, tornando-se um perigo constante para peões e viaturas, o que levou há já alguns anos à colocação de uma vedação que afastava os transeuntes do edifício.

O colapso de parte do edifício veio a verificar-se por volta das 23:00 do dia 20 de Abril de 2016, causando um enorme estrondo que sobressaltou os habitantes das Caldas do Gerês. Não há registo de danos materiais ou pessoais. Parte interior do hotel já havia ruído a 18 de Março.

O texto seguinte foi por mim escrito a 12 de Setembro de 2012 e nesta altura alertava já para o perigo representado por aquela ruína...

A visita ao Parque Nacional da Peneda-Gerês não é só uma visita aos seus aspectos naturais, ambientais e humanos. Tendo em conta que a vila termal das Caldas do Gerês foi evoluindo nas últimas décadas, seria de esperar que muitos dos elementos arquitectónicos se fossem modificando e adaptando às necessidades dos aquistas e termalistas, transformando a vila num moderno centro termal.

No entanto, ao longo dos anos também se forem perdendo aspectos que marcavam a vila pela sua singularidade. Muitos dos hotéis desapareceram em resultado de incêndios ou por outras razões. Nos nossos dias são vários os edifícios que podemos observar e que caracterizam a paisagem urbana das Caldas do Gerês.

Porém, essa paisagem é profundamente marcada pela triste ruína a que foi destinado o Grande Hotel do Parque e que nos nossos dias representava um verdadeiro perigo aos transeuntes devido à iminência da sua queda. Em tempos um fantástico edifício, hoje não passa de uma triste memória dos seus tempos áureos.


O Hotel Parque (retirada do livro "O Gerez - estancia de cura, de repouso e turismo")

Segundo Rosa Fernanda Moreira da Silva, no seu livro "O Gerês de Bouro a Barroso", o Grande Hotel do Parque "foi construído no início do século XX. A estrutura arquitectónica e funcional desta unidade hoteleira mostrava-se qualitativamente diferente dos (restantes hotéis). A dimensão e o requinte das áreas funcionais ofereciam novas particularidades no domínio do conforto interior, como por exemplo a presença de ascensor. Era envolvido de aprazíveis espaços verdes adaptados que à prática de jogos quer a harmoniosas áreas de repouso e convívio quer ao aproveitamento de uma piscina de água proveniente directamente de nascentes serranas.

Pertenceu a Paulino da Silveira e esposa Hortência e, seguidamente, passou à família Teixeira. Em 1928 foi adquirido pela Empresa Hoteleira. Desde o início do século XXI está encerrado e em preocupante estado de degradação física. Encontra-se em estudo um projecto de reconstrução e futura opção funcional.

A Empresa Hoteleira, no âmbito da actual política de remodelação das suas unidades de hotelaria e dos espaços envolventes, enquadrou a requalificação parcial do antigo e luxuriante espaço verde deste hotel. Numa primeira fase ocorreu a reabilitação do campo de ténis, da piscina e serviços afins."

Fotografia: © Rui Sardão (Todos os direitos reservados)

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