terça-feira, 13 de maio de 2014

210... Exploração, no seu máximo (II)


Carris, 8 de Maio de 2014

Já aqui referi que este foi um dia especial no que diz respeito ao estudo dos currais geresianos e do Vale do Alto Homem.

De facto, o dia esteve perfeito para a descoberta e exploração. Muitos de vós podem perguntar "mas o que é que ele ainda tem para descobrir por aquele caminho?" e eu só vos posso responder que muito pouco do que por ali há foi «descoberto» no sentido de se tratar de uma novidade para muitos de nós.

Em essência, cada caminhada por aquele vale é em si um acto de descoberta, de exploração e de renovação pessoal, e no fundo é isso que interessa para muitos de nós!

Com a pujança primaveril em força, a profusão de plantas e animais vai-se sucedendo pelo caminho. De quando em vez, um olhar mais atento ou um vislumbre inesperado, fazem-nos parar a marcha e fazer-nos observar aquela vida que ali marca a sua presença. Num tom mais romântico, achamos sempre que aquela planta ou aquele animal está ali para nos maravilhar e fazer sentir que vale a pena.

A caminhada em si não diferiu de tantas outras já feitas. Uma paragem aqui, um pequeno desvio ali para tirar partido da catástrofe que caiu sobre o vale em meses idos de 2013, levam-me a ter uma perspectiva diferente de algo conhecido. Este algo conhecido parece-nos novo na ânsia de algo descobrir através de um ângulo diferente.

Aqui já vos falei das maravilhas da Chã do Teixo. Pelo caminho vão surgindo velhas mariolas ou então rochas caprichosamente colocadas que nos enganam os sentidos e nos levam por caminhos inexistentes, quase como presenças fantasmas numa paisagem desnuda e negra. Porém, mesmo esses fantasmas nos levam a descobrir os restos da presença do homem em encostas impossíveis, tal como aconteceu na encosta do Madorno onde um pequeno muro tosco de pedra solta parece formas uma vigia que resguarda todo o vale a juzante do rio.

É com estas descobertas que deixámos a imaginação voar por entre as penedias, tentando descortinar algo mais para lá do que os nossos olhos conseguem abarcar.

Também já depois das Águas Chocas voltei ao velho caminho que havia visitado há meses. De facto, aquela curva na montanha e aquela lugar terão algo escondido que em tempos mereceu o esforço do Homem. Certamente uma boa razão para lá voltar... como se fosse necessária qualquer razão para voltar!

Encimadas por um céu azul pálido de nuvens altas, foi assim que encontrei as ruínas das Minas dos Carris. Quase silenciosas na solidão da montanha, as ruínas continuam a luta contra os elementos que aos poucos vão ganhando esta batalha...


















































Fotografias © Rui C. Barbosa

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