quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Terminou o pagamento do imposto de acesso à Mata de Albergaria


Tão subrepticiamente como começou, terminou no passado dia 30 de Setembro o pagamento do imposto de acesso à Mata de Albergaria.

Durante quatro meses os cofres do Estado receberam milhares de euros que supostamente deveriam ser utilizados para a preservação da Mata de Albergaria, mas que tal como aconteceu nos anos anteriores, esse dinheiro será canalizado para um saco sem fundo algures num ministério em Lisboa, enquanto que a Mata de Albergaria e o nosso único Parque Nacional em geral vai definhando devido a uma falta de investimento crónica.

O grande problema do Parque Nacional é não ficar algures em Cascais ou na vizinhança de algum bairro burguês nos arredores da capital. Se assim fosse, seria um local privilegiado e receberia os apoios que lhe são devidos. Porém, infelizmente isso não acontece.

Ao contrário de 2012, o ano de 2013 trouxe a devastação dos incêndios àquele território supostamente protegido. Nem a melhor certificação da sua suposta excelente gestão o salvou das negociatas dos incêndios e da falta de investimento e prevenção na sua segurança.

Assim, o Parque Nacional da Peneda-Gerês vai morrendo aos poucos, aos ventos das decisões políticas baseadas em acordos de algibeira.

Vamos fazer um estimativa do dinheiro arrecadado com o imposto de acesso à Mata de Albergaria que esteve em cobrança entre o dia 1 de Junho e o dia 30 de Setembro. Ora, imaginemos uma média de 100 veículos por dia a passar em cada posto de cobrança do imposto. Sendo três postos, serão então 300 veículos por dia a circular. A cada veículo era cobrado 1,5€ o que dá um total de 450,00€ / dia. O imposto esteve em cobrança durante 122 dias... é só fazer as contas dando um total de 55.350,00€! Este dinheiro deveria ser investido em acções de gestão e preservação da Mata de Albergaria.

O que é que acontece a este dinheiro? Porque é que o ICNF, IP não responde às questões que lhe são colocadas sobre o destino que foi dado às quantias arrecadadas nos anos anteriores? Porque é que a Mata de Albergaria está nos estado miserável?

Fotografia: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

joca disse...

Viva Rui, não é precisas de fazer grandes estimativas. Julgo que há uns anos foram publicados os valores cobrados e eram de uma grandeza parecida aos teus. Julgo que até superiores e devem manter-se muito semelhantes. No entanto recordo-me de ter pensado "isto nem dava para comprar um t2 novo". Sendo que o meu referencial foi o mercado de Braga que normalmente é baixo. A muitos pode parecer muito dinheiro, mas eu acho que não serve para nada de significativo. Ainda assim, poderia servir para pagar, no período das taxas, o sistema de autocarros que chegou a funcionar. Se e a ideia é retirar os automóveis da Mata da Albergaria, já se verificou que as taxas são insuficientes e precisam de ser complementadas com outras medidas. Se houvesse saldo positivo poderia ser usado para arranjar alguns estradões como o da Junceda, etc. O pior é que as taxas sendo insuficientes para fazer seja o que for dentro do PNPG, já são ajudam a tapar outros buracos no INCF. Seguir o rasto do dinheiro seria interessante...