quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Serão as taxas uma inevitabilidade?


Terminada que está a silly season (se bem que os sillys continuam por aí), voltámos aos temas e assuntos mundanos que vão caracterizando a existência. Recentemente, fui confrontado de novo com a problemática das taxas, não a nível pessoal mas de alguém que se viu impedido de desfrutar do prazer de caminhar livremente pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Como alguém minimamente consciente, essa pessoa considerou o pagamento da taxa um profundo absurdo, mas perante a inevitabilidade do seu pagamento, preferiu investir os quase 160 euros no país vizinho! Esta é sem dúvida uma realidade de muitos que escolheram o PNPG para as suas férias e que se viram confrontados com informação deficiente ou falta de informação, e uma restrição absurda aos seus movimentos naquela área protegida.

Alguém disse um dia que ao Gerês (ou ao Parque Nacional) só lhe faltava um bonito embrulho para ser vendido. Esqueceu-se é que a prenda poderá ser um presente «envenenado».

Assim, e mais uma vez, coloca-se a questão... 'porque é que ainda temos estas estúpidas taxas'? Uma sociedade tem tendência para evoluir de forma progressista e para tal existem dois aspectos essenciais dos quais depende essa evolução. O primeiro aspecto é o motor da evolução! De forma geral, este é constituído por uns quantos elementos talvez inconformados que persistem ao longo do tempo que fazer essa evolução que é um aspecto positivo para o grupo, isto é para a sociedade em geral. O segundo aspecto é o travão da evolução. Este de forma geral é em si composto de dois factores, sendo estes aqueles que acomodados ao sistema (e em parte beneficiando dele) o defendem, e os outros que pela simples inércia e indiferença contribuem para que uma sociedade não evolua ou então tenha uma evolução muito lenta. Dos dois factores que impedem a evolução progressista, estes últimos serão os mais preocupantes pois representam a grande maioria.

Portugal padece deste grave problema, isto é, é uma sociedade em constante inércia que tem tendência a não lutar pelos seus direitos, mas assumindo de forma cega deveres aos quais não está obrigada.

Na problemática das taxas acontece uma situação algo semelhante. É normal a existência de um certo desgaste no motor que impulsiona a luta contra esta situação injusta. No entanto, a vontade de dar à volta ao cenário com o qual nos deparamos à já demasiado tempo é muito superior à inércia daqueles que acham que as taxas são uma inevitabilidade e que por isso contribuem para o atraso na resolução progressista do problema.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Carlos M. Silva disse...

Olá Rui

Como antes já havia aqui escrito. Um nacional ..até pode programar (e pagar o absurdo de 1/3 do salário mínimo nacional) mesmo que essa programação a semanas tenha a característica da perfeita idiotia, principalmente para uma actividade como essa; um estrangeiro ..também o pode fazer obviamente, amarrado que esteja a dias fixos de férias.
Os decisores, os que elaboraram, assinaram, promulgaram ..terão sido assaltados pela ideia que caminhar num parque é como hospedar; pode ser feita reserva antecipada.

É verdade; o país, todos nós, somos culpados, por ainda não termos feito o check out a esta gente que pensa com os pés (em repouso)!
E se não avaliam quem e por que faz o que essa pessoa fez ..é por que efectivamente não querem o parque para os outros ..que serão o inferno!

Faria o mesmo. A fronteira é já ali, mesmo que isso não resolva a situação de fundo.

Cumprimentos
Carlos M. Silva