Nunca é demais voltar a publicar este texto que já surgiu aqui no blogue há algum tempo e aconselho também a leitura desta publicação.
Nos últimos anos, as Minas dos Carris na Serra do Gerês têm-se tornado
um destino, um objectivo preferido de muitos montanheiros e afins.
Situadas nos píncaros geresianos, estas minas são vistas não só como um
objectivo em si, mas também como um local rodeado com uma certa aura de
mística e mistério, certamente devido ao seu entorno e às ruínas que
tornam aquele local tão especial.,
Podemos chegar às Minas dos Carris percorrendo vários caminhos, uns mais
fáceis do que outros mas sempre constituindo longas caminhadas. Antes
de falar destes caminhos, convém desmitificar a situação destas minas
perante o actual ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Muitos
são aqueles que em busca de informações são mal informados tanto pelos
serviços do parque nacional como dos postos de turismo da zona.
Infelizmente, o facto de alguém trabalhar nestes locais não lhe garante o
total conhecimento sobre os condicionalismos que são impostos à visita e
acabam por mal informar os visitantes. Assim, desde já convém referir
que NÃO É PROIBIDO VISITAR AS MINAS DOS CARRIS! Por outro lado, as Minas
dos Carris não se encontram dentro da zona de protecção total do Parque
Nacional da Peneda-Gerês, o que implica que não é necessária qualquer
autorização para a sua visitação. Porém, o mesmo já não acontece com
alguns dos caminhos que terão de ser percorridos.
Durante a visita às ruínas convém ter extremo cuidado aos nos
aproximarmos dos poços mineiros bem como de algumas ruínas, nomeadamente
na lavaria. Não convém também esquecer que este é um património único e
que apesar de desprezado pelo Parque Nacional da Peneda-Geres, deve ser
devidamente conservado e respeitado! Qualquer acto de vandalismo ou
destruição do património deve ser comunicado ao PNPG ou à GNR.
Falemos então de como chegar às Minas dos Carris. Como é óbvio existem
vários caminhos para chegar ali. Destes vou indicar três opções, sendo
que duas delas percorrem em parte a zona de protecção total. O que é que
isto implica? Implica que caso queiram percorrer estes caminhos terão
de pedir uma autorização ao Parque Nacional da Peneda-Gerês. É claro que pedindo esta autorização e
caso depois esta seja recusada, certamente estarão
sujeitos à fiscalização tanto do PNPG como do SEPNA. Caso não peçam a
autorização e não informem o PNPG, estão a jogar uma roleta russa...
O caminho mais curto para chegar às Minas dos Carris percorre o fabuloso
Vale do Alto Homem, famoso no Verão pelo Rio Homem e pelas suas lagoas
naturais. O caminho tem uma extensão de cerca de 9,5 km e vai subindo a
montanha. O seu estado é muito mau devido à incompreensível falta de
conservação por parte do PNPG que o levou a uma degradação extrema. No
entanto, não deixa de ser o caminho mais curto, apesar de penoso. Este
caminho percorre a zona de protecção total quase desde o seu início até à
entrada na Corga da Carvoeirinha, já quase no final do percurso.
A segunda opção será tentar chegar às Minas dos carris passando pelas
galegas Minas das Sombras. Podem iniciar a caminhada na Ermida da Nª.
Sra. do Xurés (Vilaméa) e seguir a Ruta das Sombras. Ao chegar às Minas
das Sombras deve-se tomar um trilho de pé posto que se inicia junto do
velho barracão dos mineiros e daí atingir a fronteira na Amoreira.
Seguindo o trilho em direcção ao marco geodésico dos Carris, terão de
percorrer cerca de mais 2 km para chegar às Minas dos Carris. Entre a
Amoreira e o marco geodésico dos Carris, estarão a percorrer a zona de
protecção total. Muito azar se algum guarda aparecer por aqui, mas nunca
se sabe!...
A terceira opção será utilizando o trilho que se inicia em Chã de Suzana
(Xertelo) e seguir em direcção ao Castanheiro onde se pode observar os
restos de mineração das Minas do Castanheiro. Percorrendo sempre em
trilho de pé posto, o caminho seguirá o bordo do Vale da Ribeira das
Negras em direcção aos Currais das Negras e daqui subir ao paiol ou
então seguir em direcção à Garganta das Negras até atingir a linha de
fronteira e depois virar à esquerda, atingindo a represa dos Carris. Uma
outra opção será atravessar a Ribeira das Negras e após passar no sopé
da Matança, atingir a Lamalonga e daqui subir em direcção à lavaria.
Este percurso nunca entra na zona de protecção total e como tal não é
necessária qualquer autorização para grupos inferiores a 10 pessoas
(pois percorre em parte a zona de protecção parcial Tipo I).
É óbvio que existem outras opções (por Pitões das Júnias, pelo Vale da
Abelheira, pela Lagoa do Marinho, por Sáa (Galiza)), mas estes serão os
percursos mais interessantes.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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